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Transcript

Dia Mundial da Poesia

21 de março de 2023

Introdução

Esta apresentação foi realizada no âmbito do Dia Mundial da Poesia, que se comemora, todos os anos, no dia 21 de março.Expressamos, desde já, os nossos agradecimentos a todos os alunos, do 4.º ao 9.º anos, que em representação das suas turmas, declamaram estas bonitas poesias que aqui podem ser apreciadas.Agradecemos também aos professores titulares do 4.º A e 4.º B, a todos os professores de Português e ao professor César Prata pela disponibilidade e colaboração prestadas.

Pode apreciar este trabalho de duas maneiras:

  • Lendo calmente as poesias apresentadas ao som de uma música ambiente. Basta que clique, agora, neste símbolo para que a música se comece a ouvir. Depois, volte à apresentação "Dia Mundial da Poesia" e faça a sua leitura.
  • Ouvindo estas bonitas declamações. Para isso basta clicar no símbolo que se encontra, em cada poema, junto do nome dos alunos.
Divirta-se!

Tempo de Poesia

Todo o tempo é de poesia Desde a névoa da manhã à névoa do outro dia. Desde a quentura do ventre à frigidez da agonia Todo o tempo é de poesia Entre bombas que deflagram. Corolas que se desdobram. Corpos que em sangue soçobram. Vidas que a amar se consagram. Sob a cúpula sombria das mãos que pedem vingança. Sob o arco da aliança da celeste alegoria. Todo o tempo é de poesia. Desde a arrumação ao caos à confusão da harmonia.

Poema declamado por Mariana Leitão, 5.ºA

António Gedeão

https://drive.google.com/file/d/1hz5MVw7NUxyurEa29AH3q466WSPgGtY8/view?usp=share_link

Sei que estou só

Sei que estou só e gelo entre as folhagens Nenhuma gruta me pode proteger Como um laço deslaça-se o meu ser E nos meus olhos morrem as paisagens. Desligo da minha alma a melodia Que inventei no ar. Tombo das imagens Como um pássaro morto das folhagens Tombando se desfaz na terra fria.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Poema declamado por Bianca Caria, 4.ºB

https://drive.google.com/file/d/14_oQYX0TNND2a19qslcfUwACBcwrnh4w/view?usp=share_link

De tanto olhar o sol

De tanto olhar o sol, queimei os olhos, De tanto amar a vida enlouqueci. Agora sou no mundo esta negrura. À procura Da luz e do juízo que perdi. De tanto olhar o sol.

Miguel Torga

Poema declamado por Matilde santos, 4.ºA

https://drive.google.com/file/d/1mSPoCBvKaq_R5Ib81i5E7_BFgpgBYH_c/view?usp=share_link

AH! QUEREM uma luz melhor que a do Sol! Querem prados mais verdes do que estes! Querem flores mais belas do que estas que vejo! A mim este Sol, estes prados, estas flores contentam-me. Mas, se acaso me descontentam, O que quero é um sol mais sol que o Sol, O que quero é prados mais prados que estes prados, O que quero é flores mais estas flores que estas flores - Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!

Pássaro na Cabeça

Parece que crescemos mas não. Somos sempre do mesmo tamanho. as coisas que à volta estão é que mudam de tamanho. Parece que crescemos mas não crescemos. São as coisas grandes que há, o amor que há, a alegria que há, que estão a ficar mais pequenos. Ficam de nós distantes que às vezes já mal os vemos. Por isso parece que crescemos e que somos maiores que dantes. Mas somos sempre como dantes. Talvez até mais pequenos quando o amor e o resto estão tão distantes que nem vemos com estão distantes. Então julgamos que somos grandes. e já nem isso compreendemos.

Alberto Caeiro

Poema declamado por benjamim aguiar, 5.ºB

Poema declamado por Mariana Monge, 4.ºA

Manuel António Pina

Querem uma luz

https://drive.google.com/file/d/1UEMwsY-fKjgtOaYWazF2jnVs-ePQnPV2/view?usp=share_link

https://drive.google.com/file/d/1gy-V_bnSbUqFOcUV3uT4jgALk25j_Iu1/view?usp=share_link

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Velhas árvores

Olha estas velhas árvores, mais belas Do que as árvores novas, mais amigas: Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas... O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas Vivem, livres de fomes e fadigas; E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves tagarelas. Não choremos, amigo, a mocidade! Envelheçamos rindo! envelheçamos Como as árvores fortes envelhecem: Na glória da alegria e da bondade, Agasalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem!

Poema declamado por mariana mateus, 6.ºB

Olavo Bilac

https://drive.google.com/file/d/1cWu9VMGSR9jjgH79OY2jbzXhGfIA5ipb/view?usp=share_link

Troc… troc… troc… troc… ligeirinhos, ligeirinhos, troc… troc… troc… troc… vão cantando os tamanquinhos… Madrugada. Troc… troc… pelas portas dos vizinhos vão batendo, Troc… troc… vão cantando os tamanquinhos… Chove. Troc… troc… troc… no silêncio dos caminhos alagados, troc… troc… vão cantando os tamanquinhos… E até mesmo, troc… troc… os que têm sedas e arminhos, sonham, troc… troc… troc… com seu par de tamanquinhos…

O Jogo

O verdelhão no choupo - E que mais? O choupo no céu azul - E que mais? O céu azul dentro d’água - E que mais? A água na folhinha nova - E que mais? A folha nova na rosa - E que mais? A rosa em meu coração - E o meu coração no teu!

Cecília Meireles

Poema declamado por bianca salgado, 4.ºa

Poema declamado por Duarte Pepino e inês Gomes, 7.ºb

Juan Ramón Jiménez Mantecón

A canção dos tamanquinhos

https://drive.google.com/file/d/1gCZ-hPoBY7YDWMJQh-hjO46ZlKX9g2mY/view?usp=share_link

https://drive.google.com/file/d/1pz2tE6ykWhYSuB5By0NQOtyrIBBpM5V8/view?usp=share_link

O Vento

Por mais que tente, o vento não consegue adormecer se não tiver nada para ler. Seja uma folha de tília, De bambu ou buganvília. É por isso que o vento arrasta as folhas consigo, até encontrar um abrigo, onde possa adormecer. - arrastou até a folha, onde eu estava a escrever!

Poema declamado por Filipe Rodrigues, 4.ºA

Jorge Sousa Braga

https://drive.google.com/file/d/1fGbbiMRx9Niew6qUq2E01ZeSKVABVVni/view?usp=share_link

Pastor

Pastor, pastorinho, onde vais sozinho? Vou àquela serra buscar uma ovelha. Porque vais sozinho, pastor, pastorinho? Não tenho ninguém que me queira bem. Não tens um amigo? Deixa-me ir contigo.

Eugénio de Andrade

Poema declamado por Miguel Coimbra, 4.ºB

https://drive.google.com/file/d/1GwKGHap-EWAthzl0Cp-bljCtsRnB-2tZ/view?usp=share_link

Fundo do mar

No fundo do mar há brancos pavores, Onde as plantas são animais E os animais são flores. Mundo silencioso que não atinge A agitação das ondas. Abrem-se rindo conchas redondas, Baloiça o cavalo-marinho. Um polvo avança No desalinho Dos seus mil braços, Uma flor dança, Sem ruído vibram os espaços. Sobre a areia o tempo poisa Leve como um lenço. Mas por mais bela que seja cada coisa Tem um monstro em si suspenso.

Poema declamado por laura almeida, laura cardoso, liana correia, Mariana cruz e telma pereira , 9.ºB

Sophia de Mello Breyner Andresen

https://drive.google.com/file/d/1KwnC3fbmXc2SujdetUuC3lZ332Tu5RCW/view?usp=share_link

Folhagens

Há árvores de folhas persistentes e outras, cujas folhas são caducas. Mas o que me faz confusão, É que andem nuas no inverno e vistam um sobretudo de folhas no verão!

Jorge Sousa Braga

Poema declamado por Rodrigo Salvador, 4.ºb

https://drive.google.com/file/d/1QBVI2ZiC3mJhYQgvpHvKeUs8WyZaRJa1/view?usp=share_link

Agora

Abre-te, Primavera! Tenho um poema à espera Do teu sorriso. Um poema indeciso Entre a coragem e a covardia. Um poema de lírica alegria Refreada, A temer ser tardia E ser antecipada. Dantes, nascias Quando eu te anunciava. Cantava, E no meu canto acontecias Como o tempo depois te confirmava. Cada verso era a flor que prometias No futuro sonhado… Agora, a lei é outra: principias, E só então eu canto confiado.

Poema declamado por Filipa Coimbra, 6.ºa

Poema declamado por Francisca Pais, 8.ºA

Miguel Torga

Quatro Estações

Sandy e Junior

Na paisagem da existência Sinto grandes emoções Na beleza da consciência Espelho das quatro estações. No amanhecer do sonho Surge a estação da alegria Linda primavera chegando Espantando a nostalgia. Como magias retumbantes Eis que vejo o céu tão lindo Rios e mares transbordantes Entusiasmo do verão surgindo. Raios de sol agradável, Cintila nos trazendo sono Uma brisa incomparável Vem chegando outono. Veio o vento e soprou o frio Aquece-me com beijo eterno Sinto no peito um grande vazio Pois está chegando o inverno. Na primavera te dou flores No verão muitos beijos de paixão No outono tiro-te as dores No inverno aqueço teu coração.

https://drive.google.com/file/d/13YEGoxR4eMMvu5IV0Qln971MMfWbWjRW/view?usp=share_link

https://drive.google.com/file/d/1aRBQIyVlujILOMXTrAAbXHQeZT4JGgjm/view?usp=share_link

À chegada dos dias grandes

Da luva lentamente aliviada a minha mão procura a primavera Nas pétalas não poisa já geada e o dia é já maior que ontem era Não temo mesmo aquilo que temera se antes viesse: chuva ou trovoada é este o Deus que o meu peito venera Sinto-me ser eu que não era nada A primavera é o meu país Saio à rua sento-me no chão e abro os braços e deito raiz E dá flores até a minha mão Sei que foi isto que sem querer quis e reconheço a minha condição.

Ruy Belo

Poema declamado por catarina azevedo, 8.ºB

https://drive.google.com/file/d/1_O7HXDIHIafFfQgmDFMJrZPUyvOwwKJN/view?usp=share_link

Liberdade

Ai que prazer não cumprir um dever. Ter um livro para ler e não o fazer! Ler é maçada, estudar é nada. O sol doira sem literatura. O rio corre bem ou mal, sem edição original. E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal como tem tempo, não tem pressa... Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Poema declamado por Sara Lopes e Simão Pinto, 7.ºA

Fernando Pessoa

Quanto melhor é quando há bruma. Esperar por D. Sebastião, Quer venha ou não! Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, música, o luar, e o sol que peca Só quando, em vez de criar, seca. E mais do que isto É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças, Nem consta que tivesse biblioteca...

https://drive.google.com/file/d/1_Qd7uL2-2eKVRVcWM7oQN_72dw1ucCe6/view?usp=share_link

O Poema

O poema me levará no tempoQuando eu já não for euE passarei sozinhaEntre as mãos de quem lêO poema alguém o diráÀs searasSua passagem se confundiráCom o rumor do mar com o passar do ventoO poema habitaráO espaço mais concreto e mais atentoNo ar claro nas tardes transparentesSuas sílabas redondas(Ó antigas ó longasEternas tardes lisas)Mesmo que eu morra o poema encontraráUma praia onde quebrar as suas ondasE entre quatro paredes densasDe funda e devorada solidãoAlguém seu próprio ser confundiráCom o poema no tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen

Poema declamado por catarina dias, Madalena santiago, santiago lopes, sara carlos e vitória santiago, 9.ºA

https://drive.google.com/file/d/1LSTUx_O4-SEghnZlQyghXky7J0i3z1bt/view?usp=share_link

Obrigado!

departamento curricular de línguas

A Poesia é a música da alma e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais.

Voltaire