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Constelação indígena da Ema. Astronomia Cultural.

Transcript

Ema

Guyra Nhandu


FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ


Presidente

Nísia Trindade Lima

Diretor da Casa de Oswaldo Cruz

Marcos José de Araújo Pinheiro

Chefe do Museu da Vida

Héliton da Silva Barros


SERVIÇO DE ITINERÂNCIA CIÊNCIA MÓVEL

Ana Carolina de Souza Gonzalez

Fernanda Marcelly de Gondra França

Flávia Souza Lima

Lais Lacerda Viana

Marta Fabíola do V. G. Mayrink (Coordenação)

Paulo Henrique Colonese

Rodolfo de Oliveira Zimmer


CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO

Ana Carolina do Amaral Pitta

Bruno Henrique Gonçalves de Oliveira

Caroline Ribeiro Almeida

Izabela Cristina Bittencourt Rodrigues

Paulo Henrique Colonese (Coordenação)


ILUSTRAÇÃO

Caio Lopes do Nascimento Baldi


TECNOLOGIAS

Stellarium, OBS Studio, VideoScribe, Canva, Genial.ly

Paulo Henrique Colonese (Coordenação)


APOIO ADMINISTRATIVO

Fábio Pimentel


MÍDIAS E DIVULGAÇÃO

Renata Bohrer

Rita de Cássia da Costa Alcântara (Coordenação)


CAPTAÇÃO DE RECURSOS

Escritório de Captação da Fiocruz


GESTÃO CULTURAL

Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz


Fiocruz - COC

2022



As constelações culturais do Cervo e da Ema parecem caminhar ao longo de um grande rio celeste - a Via Láctea.

Essa é uma característica marcante de constelações culturais - criar constelações na região da Via Láctea.


Elas estão na esfera celeste, ambas, localizadas ao sul da linha da Eclíptica Solar (amarelo) a girar ao redor do Polo Sul Celeste.

Com grupos de estrelas brilhantes:

- a cauda do Cervo (Cruzeiro do Sul)

- o pescoço da Ema (duas estrelas de Centauro)

- a ponta da traseira da Ema (garras e cabeça de Escorpião)

elas são referências temporais e espaciais importantes do hemisfério sul.



Observe abaixo, a mesma região da Ema, vista pelo olhar europeu, com as Constelações Ocidentais.


Desafio: Tente visualizar a Ema!

Vamos usar nossa imaginação para visualizar a Ema.

Observe também o contraste de regiões claras e escuras da Via Láctea.

Você poderá perceber que as regiões mais escuras ajudam a visualizar a Ema, e não apenas as estrelas como é costume na criação das constelações ocidentais.

A região escura próxima do Cruzeiro do Sul (Nebulosa do Saco de Carvão) praticamente define a cabeça da Ema.

As estrelas mais fracas da Constelação da Mosca, próximas ao bico da Ema, indicam os ovos que ela ainda vai engolir.

As duas estrelas brilhantes de Centauro mostram os dois ovos que a Ema já engoliu percorrendo o seu pescoço, também marcado por uma região mais escura.

E a região escura do pescoço continua marcando seu corpo e suas pernas que serão delimitadas por algumas estrelas da constelação ocidental do Escorpião.




Pesquisas com grupos indígenas, como as realizadas pelo Prof. Dr. Germano B. Afonso, físico e indígena brasileiro, tentam identificar as estrelas que possam ajudar a definir o asterismo (conjunto de estrelas) para a Constelação da Ema. A partir desses estudos com povos indígenas, pode-se delimitar um pouco mais o desenho de estrelas da constelação.



Clique nos botões interativos do pôster para identificar as principais estrelas e regiões escuras formadoras da Constelação da Ema.

E descubra também onde está o Centro Galáctico da Via Láctea, com seu buraco negro registrado visualmente em 2022!


Guirá Nhandu

Constelação Tupi Guarani da Ema


Seu nome originário, em guarani, é composto por Guirá, um termo geral para aves e Nhandu, especificando o tipo de ave - a Ema.

Historiadores europeus a denominaram Avestruz Branca, associando à avestruz que já conheciam, mas que não existe no continente sul-americano. Ela se refere, é claro, às emas existentes no continente americano. Podendo ser chamada, então, de Ema Branca, ou simplesmente Ema.


O missionário Claude d’Abbeville relatou em 1612:

“Os Tupinambá conhecem uma constelação denominada Iandutim, ou "Avestruz" Branca, formada de estrelas muito grandes e brilhantes, algumas das quais representam um bico. Dizem os maranhenses que ela procura devorar duas outras estrelas que lhes estão juntas e às quais denominam uirá-upiá”. (Germano)


Ele é quem primeiro associou a um pássaro já conhecido pela Europa, a avestruz (Struthio Camelus Australis).

Na segunda quinzena de junho, quando a Ema surge totalmente ao anoitecer, no lado leste, indica o início do inverno para os índios do sul do Brasil e o início da estação seca para os índios do norte do Brasil.


Como o Brasil é um país continental, com uma faixa bem ampla de latitudes do Norte ao Sul, vamos visitar a Constelação da Ema Branca no céu de duas cidades:

- o céu da cidade de Belém na região Norte do país.

- o céu da cidade do Rio de Janeiro na região Sudeste.

usando o Planetário Digital Stellarium.


Dica:

Em suas missões pela esfera celeste com o Planetário Digital Stellarium, você poderá aprender a vê-la no céu de sua própria cidade!


Dica de Visualização

Nas imagens, estão indicadas:

- o horizonte com os Pontos Cardeais (em vermelho) para você se localizar e se posicionar.

- a linha da Eclíptica Solar (em amarelo), que conecta a região do nascente e do poente. (É onde as Constelações Ocidentais Zodiacais se localizam).

- a linha do Equador Galáctico (em azul), que marca a posição da Via Láctea na esfera celeste. É ao longo dessa linha que muitas Constelações Culturais foram criadas. Ela divide a esfera celeste em duas regiões polares galácticas (Norte e Sul).

- o Polo Norte Galáctico.

- o Centro Galáctico (CG) - direção do centro da Via Láctea.



A EMA NA REGIÃO NORTE

Vamos, primeiro, visitar o céu da cidade de Belém entre junho e setembro, no inicio da noite (18h).



Em 21 de junho, às 18h, se deitarmos no chão para ver todo o céu, veremos duas constelações culturais indígenas, lado a lado, o Cervo e a Ema Branca.

O Cervo (constelação de Outono Austral) já inicia a noite acima do ponto cardeal Sul e começará o seu caminho para se por durante a noite.

A Ema está mais 'atrás", seguindo o Cervo, ela está toda visível e passará uma boa parte da noite visível.

Lembre-se de usar as Constelações Ocidentais mais conhecidas do Escorpião (cauda e perna da Ema) e do Cruzeiro do Sul (região da cabeça) e as estrelas brilhantes de Centauro (os ovos que a Ema engoliu).



Em 21 de julho, às 18h, a Constelação do Cervo já está começando a mergulhar sua cabeça no horizonte.

E a Constelação da Ema Branca, estará com sua cabeça e pescoço bem acima do ponto cardeal Sul.

E seus pés (cauda de Escorpião) apontando para a região do nascente.




Em 21 de agosto, às 18h, a Ema Branca está com o corpo bem acima do ponto cardeal Sul.

A Ema já está se posicionando para começar a mergulhar no horizonte. Ela está com a cabeça e o pescoço totalmente inclinados para o horizonte.

A mitologia indígena associa a Constelação da Ema ao período da Seca (Inverno Austral), e à sua sede que bebe e consome a água da estação.

Uma bela e encantadora maneira de conectar o céu e o clima.



Em 21 de agosto, às 18h, a Ema já inicia a noite mergulhando de cabeça no horizonte, entre os pontos cardeais Sul e Sudoeste.

E uma outra Constelação começa a despontar na região do ponto cardeal Norte - Tapi'i - a Anta do Norte.

Ela também está na linha do Equador Galáctico e começa a anunciar a proximidade da estação da Primavera Austral.


A EMA NA REGIÃO SUDESTE

Como a cidade do Rio de Janeiro está em latitudes mais ao sul do Brasil do que Belém, o céu é bastante semelhante, mas com todas as constelações um pouco "deslocadas" para a região norte, pois estamos vendo a esfera celeste de um ponto mais ao sul do planeta.



Em 21 de junho, às 18h, a Constelação do Cruzeiro do Sul está bem acima do ponto cardeal Sul. Ela nos ajuda a separar as constelações culturais do Cervo e da Ema.

Do lado Oeste do Cruzeiro do Sul, temos o Cervo, com o cruzeiro formando sua cauda.

Do lado Leste do Cruzeiro do Sul, temos a Ema, tentando engolir duas estrelas na região dos pés do Cervo.

Neste mês, ocorre a Chuva de Meteoros, vindas da direção da Constelação de Ofiúco na esfera celeste.

Com sorte, poderemos ver alguma cruzando a cauda ou os pés da Ema.



Em 21 de julho, às 18h, são as duas estrelas brilhantes - os ovos que a Ema já engoliu - que estão bem acima do ponto cardeal sul.

Com sorte, neste mês temos duas Chuvas de Meteoros, mas próximas ao horizonte, vindas da região das Constelações Ocidentais do Escudo e de Capricórnio.

Fique de olho! Com sorte, poderá ver alguma.



Em 21 de agosto, às 18h, a Ema está se preparando para iniciar seu mergulho no horizonte.

Mas, ela começa a noite bem alta no céu, e com seu bico ainda bem longe do horizonte.



Em 21 de setembro, às 18h, Ema já está iniciando seu mergulho para o horizonte, seguindo sempre o Cervo.

E, do outro lado, na região do ponto cardeal Norte, temos a cabeça da Anta do Norte, surgindo no horizonte, anunciando a chegada da Primavera Austral.


Estes são os principais meses em que a Constelação Cultural da Ema Branca fica visível na esfera celeste durante parte ou quase toda a noite,

Ela tem em sua formação três grupos de estrelas facilmente visíveis e identificáveis em todo o hemisfério sul do planeta e, portanto, formam mitologias em diversas culturas.


E, devido à grande faixa de latitudes do Brasil, ela deu origem a muitas histórias mitológicas. Em especial, histórias que conectam essa região da esfera celeste com o período climático das secas.


Ema

Guyra Nhandu

Basta olhar para o céu limpo e sem iluminação para podermos ver uma longa faixa brilhante se destacando na esfera celeste.

Essa região brilhante despertou a curiosidade e a imaginação de todas as culturas que se encantaram com essa visão.


A mitologia greco-romana, a imaginou como um rio de leite, que espirrou das mamas da deusa Hera ao amamentar o semideus Héracles (Hercules).


Na mitologia do povo Tenetehara (chamados de Tembé pela cultura não indígena), que habitam o sul do estado do Pará e no estado do Maranhão, a região brilhante (e com regiões escuras) é considerada o Caminho da Anta.

Um rio celeste por onde caminham a Anta do Norte, a Ema e o Cervo - três de suas constelações associadas a animais e ao clima durante o ano (chuvas/cheias e seca de rios).


Atualmente, descobrimos que se trata da galáxia onde habitamos - a Via Láctea (ou Caminho da Anta).

Ela é formada por objetos celestes que circulam ao redor de seu centro galáctico, com um massivo buraco negro.

Os objetos giram formando um plano galáctico, um disco de estrelas, nebulosas e aglomerados estelares.

Como estamos no disco, vemos o disco como uma linha cruzando a esfera celeste.




Esta imagem mostra várias antenas do ALMA sob a Via Láctea. Nesta imagem de grande angular podemos ver a luz zodiacal em cima e à esquerda; também do lado esquerdo e abaixo pode-se ver o planeta Marte. Saturno encontra-se um pouco mais alto no céu, em direção ao centro da imagem. Crédito: ESO/B. Tafreshi (twanight.org). Acervo ESO.



A linha do Equador Galáctico marca exatamente onde o plano cruza com a esfera celeste, visto do local onde estamos no planeta. E cruza toda a extensão da Via Lactea, conforme vista da Terra.


Dica de observação

Com a rotação do planeta Terra, a linha do Equador Galáctico muda bastante sua localização na esfera celeste durante uma noite.

Observe como a Via Láctea se posiciona em relação ao horizonte ao longo de uma noite.


As constelações culturais do Cervo e da Ema parecem caminhar ao longo de um grande rio celeste - a Via Láctea.

Essa é uma característica marcante de constelações culturais - criar constelações na região da Via Láctea.


Elas estão na esfera celeste, ambas, localizadas ao sul da linha da Eclíptica Solar (amarelo) a girar ao redor do Polo Sul Celeste.

Com grupos de estrelas brilhantes:

- a cauda do Cervo (Cruzeiro do Sul)

- o pescoço da Ema (duas estrelas de Centauro)

- a ponta da traseira da Ema (garras e cabeça de Escorpião)

elas são referências temporais e espaciais importantes do hemisfério sul.



Observe abaixo, a mesma região da Ema, vista pelo olhar europeu, com as Constelações Ocidentais.


Desafio: Tente visualizar a Ema!

Vamos usar nossa imaginação para visualizar a Ema.

Observe também o contraste de regiões claras e escuras da Via Láctea.

Você poderá perceber que as regiões mais escuras ajudam a visualizar a Ema, e não apenas as estrelas como é costume na criação das constelações ocidentais.

A região escura próxima do Cruzeiro do Sul (Nebulosa do Saco de Carvão) praticamente define a cabeça da Ema.

As estrelas mais fracas da Constelação da Mosca, próximas ao bico da Ema, indicam os ovos que ela ainda vai engolir.

As duas estrelas brilhantes de Centauro mostram os dois ovos que a Ema já engoliu percorrendo o seu pescoço, também marcado por uma região mais escura.

E a região escura do pescoço continua marcando seu corpo e suas pernas que serão delimitadas por algumas estrelas da constelação ocidental do Escorpião.




Pesquisas com grupos indígenas, como as realizadas pelo Prof. Dr. Germano B. Afonso, físico e indígena brasileiro, tentam identificar as estrelas que possam ajudar a definir o asterismo (conjunto de estrelas) para a Constelação da Ema. A partir desses estudos com povos indígenas, pode-se delimitar um pouco mais o desenho de estrelas da constelação.



Clique nos botões interativos do pôster para identificar as principais estrelas e regiões escuras formadoras da Constelação da Ema.

E descubra também onde está o Centro Galáctico da Via Láctea, com seu buraco negro registrado visualmente em 2022!


Guirá Nhandu

Constelação Tupi Guarani da Ema


Seu nome originário, em guarani, é composto por Guirá, um termo geral para aves e Nhandu, especificando o tipo de ave - a Ema.

Historiadores europeus a denominaram Avestruz Branca, associando à avestruz que já conheciam, mas que não existe no continente sul-americano. Ela se refere, é claro, às emas existentes no continente americano. Podendo ser chamada, então, de Ema Branca, ou simplesmente Ema.


O missionário Claude d’Abbeville relatou em 1612:

“Os Tupinambá conhecem uma constelação denominada Iandutim, ou "Avestruz" Branca, formada de estrelas muito grandes e brilhantes, algumas das quais representam um bico. Dizem os maranhenses que ela procura devorar duas outras estrelas que lhes estão juntas e às quais denominam uirá-upiá”. (Germano)


Ele é quem primeiro associou a um pássaro já conhecido pela Europa, a avestruz (Struthio Camelus Australis).

Na segunda quinzena de junho, quando a Ema surge totalmente ao anoitecer, no lado leste, indica o início do inverno para os índios do sul do Brasil e o início da estação seca para os índios do norte do Brasil.


Como o Brasil é um país continental, com uma faixa bem ampla de latitudes do Norte ao Sul, vamos visitar a Constelação da Ema Branca no céu de duas cidades:

- o céu da cidade de Belém na região Norte do país.

- o céu da cidade do Rio de Janeiro na região Sudeste.

usando o Planetário Digital Stellarium.


Dica:

Em suas missões pela esfera celeste com o Planetário Digital Stellarium, você poderá aprender a vê-la no céu de sua própria cidade!


Dica de Visualização

Nas imagens, estão indicadas:

- o horizonte com os Pontos Cardeais (em vermelho) para você se localizar e se posicionar.

- a linha da Eclíptica Solar (em amarelo), que conecta a região do nascente e do poente. (É onde as Constelações Ocidentais Zodiacais se localizam).

- a linha do Equador Galáctico (em azul), que marca a posição da Via Láctea na esfera celeste. É ao longo dessa linha que muitas Constelações Culturais foram criadas. Ela divide a esfera celeste em duas regiões polares galácticas (Norte e Sul).

- o Polo Norte Galáctico.

- o Centro Galáctico (CG) - direção do centro da Via Láctea.



A EMA NA REGIÃO NORTE

Vamos, primeiro, visitar o céu da cidade de Belém entre junho e setembro, no inicio da noite (18h).



Em 21 de junho, às 18h, se deitarmos no chão para ver todo o céu, veremos duas constelações culturais indígenas, lado a lado, o Cervo e a Ema Branca.

O Cervo (constelação de Outono Austral) já inicia a noite acima do ponto cardeal Sul e começará o seu caminho para se por durante a noite.

A Ema está mais 'atrás", seguindo o Cervo, ela está toda visível e passará uma boa parte da noite visível.

Lembre-se de usar as Constelações Ocidentais mais conhecidas do Escorpião (cauda e perna da Ema) e do Cruzeiro do Sul (região da cabeça) e as estrelas brilhantes de Centauro (os ovos que a Ema engoliu).



Em 21 de julho, às 18h, a Constelação do Cervo já está começando a mergulhar sua cabeça no horizonte.

E a Constelação da Ema Branca, estará com sua cabeça e pescoço bem acima do ponto cardeal Sul.

E seus pés (cauda de Escorpião) apontando para a região do nascente.




Em 21 de agosto, às 18h, a Ema Branca está com o corpo bem acima do ponto cardeal Sul.

A Ema já está se posicionando para começar a mergulhar no horizonte. Ela está com a cabeça e o pescoço totalmente inclinados para o horizonte.

A mitologia indígena associa a Constelação da Ema ao período da Seca (Inverno Austral), e à sua sede que bebe e consome a água da estação.

Uma bela e encantadora maneira de conectar o céu e o clima.



Em 21 de agosto, às 18h, a Ema já inicia a noite mergulhando de cabeça no horizonte, entre os pontos cardeais Sul e Sudoeste.

E uma outra Constelação começa a despontar na região do ponto cardeal Norte - Tapi'i - a Anta do Norte.

Ela também está na linha do Equador Galáctico e começa a anunciar a proximidade da estação da Primavera Austral.


A EMA NA REGIÃO SUDESTE

Como a cidade do Rio de Janeiro está em latitudes mais ao sul do Brasil do que Belém, o céu é bastante semelhante, mas com todas as constelações um pouco "deslocadas" para a região norte, pois estamos vendo a esfera celeste de um ponto mais ao sul do planeta.



Em 21 de junho, às 18h, a Constelação do Cruzeiro do Sul está bem acima do ponto cardeal Sul. Ela nos ajuda a separar as constelações culturais do Cervo e da Ema.

Do lado Oeste do Cruzeiro do Sul, temos o Cervo, com o cruzeiro formando sua cauda.

Do lado Leste do Cruzeiro do Sul, temos a Ema, tentando engolir duas estrelas na região dos pés do Cervo.

Neste mês, ocorre a Chuva de Meteoros, vindas da direção da Constelação de Ofiúco na esfera celeste.

Com sorte, poderemos ver alguma cruzando a cauda ou os pés da Ema.



Em 21 de julho, às 18h, são as duas estrelas brilhantes - os ovos que a Ema já engoliu - que estão bem acima do ponto cardeal sul.

Com sorte, neste mês temos duas Chuvas de Meteoros, mas próximas ao horizonte, vindas da região das Constelações Ocidentais do Escudo e de Capricórnio.

Fique de olho! Com sorte, poderá ver alguma.



Em 21 de agosto, às 18h, a Ema está se preparando para iniciar seu mergulho no horizonte.

Mas, ela começa a noite bem alta no céu, e com seu bico ainda bem longe do horizonte.



Em 21 de setembro, às 18h, Ema já está iniciando seu mergulho para o horizonte, seguindo sempre o Cervo.

E, do outro lado, na região do ponto cardeal Norte, temos a cabeça da Anta do Norte, surgindo no horizonte, anunciando a chegada da Primavera Austral.


Estes são os principais meses em que a Constelação Cultural da Ema Branca fica visível na esfera celeste durante parte ou quase toda a noite,

Ela tem em sua formação três grupos de estrelas facilmente visíveis e identificáveis em todo o hemisfério sul do planeta e, portanto, formam mitologias em diversas culturas.


E, devido à grande faixa de latitudes do Brasil, ela deu origem a muitas histórias mitológicas. Em especial, histórias que conectam essa região da esfera celeste com o período climático das secas.


A Cabeça da Ema



A cabeça da Ema é formada pelas estrelas que envolvem o Saco de Carvão, uma nebulosa escura que fica perto da estrela alfa do Cruzeiro (Acrux).


As estrelas do Cruzeiro do Sul ficam acima de sua cabeça.





O Bico da Ema



O bico da Ema é formado pelas estrelas alfa da Mosca e beta da Mosca.

A Ema tenta devorar dois ovos de pássaro (Guirá-Rupiá, em guarani) que ficam perto de seu bico.

Os ovos que ela quer engolir correspondem às estrelas delta de Mosca e gama de Mosca.



O Pescoço da Ema


Podemos visualizar o longo pescoço da Ema na região escura da Via Láctea.

Mas o pescoço é marcado por dois objetos muito brilhantes, as estrelas alfa e beta de Centauro.

Elas são mais conhecidas como os Ponteiros do Cruzeiro do Sul pois, juntas, apontam para o cruzeiro.



Na mitologia indígena, as brilhantes estrelas representam dois grandes ovos que a Ema acabou de engolir.

Nas constelações ocidentais, elas são as estrelas alfa de Centauro (Rigel Kentaurus) e beta de Centauro que marcam a perna esquerda do grandes caçadores Centauros.




O Corpo da Ema



A parte de baixo do corpo da Ema começa a ser formada pela estrela beta do Triângulo Austral.

E passa pelas estrelas Eta, Zeta e Epsilon1 da Constelação Ocidental do Altar (Arae).




E a parte traseira é contornada pelas estrelas Zeta, Mi1, Epsilon, Tau, a brilhante Alfa (Antares) e Sigma de Escorpião, terminando em Delta de Escorpião.




As pernas da Ema



Uma das pernas da Ema é formada pelas estrelas da cauda de Escorpião, a estrela Delta de Escorpião e terminando nos dedos do pé representados pelas estrelas Upsilon (Lesath), Lambda (Shaula) e a estrela G (Fuyue, SAO 209318) de Escorpião.



A outra perna começa na estrela Epsilon1 de Altar, passa pela estrela Alfa de Altar e termina nos dedos do pé formado pelas estrelas Alfa, Épsilon e Zeta do Telescópio.


A cauda e costas da Ema


A cauda da Ema é formada pelas estrelas Delta, Beta1 (Graffias), Ômega1, Ômega2 e Ni, todas da garras de Escorpião.



A parte de cima do corpo da Ema, é formada pelas estrelas Delta, Pi e Rô, também da garra de Escorpião.

Seguidas pelas estrelas Quí, Gama, Épsilon, Kappa e Zeta da Constelação do Lobo, terminando na estrela Beta do Compasso, onde começa o

seu pescoço.

O Centro Galáctico


Abaixo dos pés da Ema, marcando o ponto zero da linha do Equador Galáctico, temos o Centro Galáctico (CG, em vermelho), que indica a direção do centro da Via Láctea.



Conhecido como Sagittarius A, ele fica localizado em Sagitário, próximo da fronteira entre as Constelações de Sagitário, Ofiúco e Escorpião.


É nessa direção que encontramos uma fonte de rádio astronômica brilhante e muito compacta.

E, que finalmente, em 2022, conseguimos registrar uma imagem do massivo buraco negro da Via Láctea.



Sagittarius A*, imagem gerada pelo sistema da rede de telescópios Event Horizon Telescope e publicada em 12 de maio de 2022..




A EMA (RHEA AMERICANA)



Venha conhecer alguns espécimes da Ema americana. da espécie Rhea americana, que inspiraram nossa ilustração.



Ema Comum (Rhea americana, MT, Brasil. (c) Jennifer Rycenga. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.



Ema Comum (Rhea americana, MT, Brasil. (c) Emanuela Rodrigues Araújo. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.



Ema Comum (Rhea americana, MS, Brasil. (c) Robin Gwen Agarwal. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.



Ema Comum (Rhea americana, MS, Brasil. (c) joseluisblazquez. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.



Ema Comum (Rhea americana, Chaco, Argentina. (c) hugosha. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.


Ema Comum (Rhea americana, MT, Brasil. (c) Lilian Tomazelli. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.



Ema Comum (Rhea americana, MT, Brasil. (c) Lilian Tomazelli. Acervo iNaturalist. Licença CC-BY-NC-4.0.


FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ


Presidente

Nísia Trindade Lima

Diretor da Casa de Oswaldo Cruz

Marcos José de Araújo Pinheiro

Chefe do Museu da Vida

Héliton da Silva Barros


SERVIÇO DE ITINERÂNCIA CIÊNCIA MÓVEL

Ana Carolina de Souza Gonzalez

Fernanda Marcelly de Gondra França

Flávia Souza Lima

Lais Lacerda Viana

Marta Fabíola do V. G. Mayrink (Coordenação)

Paulo Henrique Colonese

Rodolfo de Oliveira Zimmer


CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA COLEÇÃO

Ana Carolina do Amaral Pitta

Bruno Henrique Gonçalves de Oliveira

Caroline Ribeiro Almeida

Izabela Cristina Bittencourt Rodrigues

Paulo Henrique Colonese (Coordenação)


ILUSTRAÇÃO

Caio Lopes do Nascimento Baldi


TECNOLOGIAS

Stellarium, OBS Studio, VideoScribe, Canva, Genial.ly

Paulo Henrique Colonese (Coordenação)


APOIO ADMINISTRATIVO

Fábio Pimentel


MÍDIAS E DIVULGAÇÃO

Renata Bohrer

Rita de Cássia da Costa Alcântara (Coordenação)


CAPTAÇÃO DE RECURSOS

Escritório de Captação da Fiocruz


GESTÃO CULTURAL

Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz


Fiocruz - COC

2022