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José Saramago

Autobiografia “Nasci numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoação situada na província do Ribatejo, na margem direita do rio Almonda, a uns cem quilómetros a nordeste de Lisboa. Meus pais chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. José de Sousa teria sido também o meu nome se o funcionário do Registo Civil, por sua própria iniciativa, não lhe tivesse acrescentado a alcunha por que a família de meu pai era conhecida na aldeia: Saramago. (Cabe esclarecer que saramago é uma planta herbácea espontânea, cujas folhas, naqueles tempos, em épocas de carência, serviam como alimento na cozinha dos pobres). (…)” Fundação José Saramago

José Saramago admitia ter dificuldade em escrever para crianças. Os seus livros encontram-se traduzidos para mais de 42 línguas. Em 1947, publica o primeiro livro: “Terra de Pecado”. Em 1997, publica "O conto da ilha desconhecida", em 2001 a "A maior flor do mundo", em 2011 o "O silêncio da água", entre outros. A obra de José Saramago foi distinguida em diversos países, com vários prémios, entre os quais cabe destacar o Prémio Luís de Camões em 1995 e o Prémio Nobel da Literatura em 1998. Em 2007, o autor criou a Fundação José Saramago. José Saramago morreu em 18 de junho de 2010.

Centenário de José Saramago (1922-2022) Assinala-se a 16 de novembro de 2022 o Centenário de José Saramago. A comemoração da efeméride constitui uma oportunidade privilegiada para a consolidação da presença do escritor na história cultural e literária, em Portugal e no estrangeiro.

  • Título: " A maior flor do mundo"
  • Autor: José Saramago
  • Ilustrador: João Caetano
  • Editora: Porto Editora

Neste conto, o narrador conta-nos a história de um menino que saiu pelo quintal, desceu até ao rio e, como estava cansado de o ver, afastou-se por entre olivais e outras árvores. Chegou ao cimo de uma colina e viu uma flor que estava tão caída, tão murcha, porque estava a morrer de sede.

O menino viu que a flor precisava de água, mas esta estava muito longe. Ele tinha que salvar a flor, para isso subiu e desceu a colina muitas vezes para trazer água, nas palmas das mãos, para regar a flor. Assim que o menino regou a flor, esta levantou-se logo e, como era tão grande, fazia muita sombra. O menino adormeceu debaixo de uma pétala da flor, que tinha as cores do arco-íris e era perfumada, porque estava muito cansado.

Os seus pais estavam preocupados, porque ele nunca mais chegava a casa. Os vizinhos e a família foram à sua procura. Os que o procuravam viram uma grande flor, ao longe, e encontraram-no a dormir debaixo de uma pétala da flor. Todos consideraram que ele foi fazer algo muito maior do que ele, salvar uma flor.

Reflexão final Considero este conto atual, porque, através dele, podemos refletir sobre as ações do Homem no Planeta. Se todos seguíssemos o gesto do menino, poupávamos o Planeta à destruição, que tem contribuído para a extinção de várias espécies. O tamanho da flor simboliza o mundo melhor, pois devemos proteger o que de melhor existe no mundo, a natureza e a amizade.

A maior flor do mundo é uma história fantástica para crianças. Saramago transforma-se em personagem e conta-nos que uma vez teve uma ideia para um livro infantil e inventou uma história sobre um menino que faz nascer a maior flor do mundo. Não se julgava capaz de escrever para crianças, mas chegou a imaginar que, se tivesse as qualidades necessárias para colocar a ideia no papel, ela resultaria verdadeiramente extraordinária: “seria a mais linda de todas as que se escreveram desde o tempo dos contos de fadas e princesas encantadas…”. É dessa fantasia de grandiosidade que nasce o livro. Os leitores são chamados para uma divertida brincadeira, pois Saramago narra-lhes a história do menino e da flor, não como se ela fosse a história de verdade, mas como se fosse apenas o esboço do que ele teria contado se tivesse o poder de fazer o impossível: escrever a melhor história de todos os tempos.

Obrigada pela vossa atenção!