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Comemoração do Dia Mundial da Poesia

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Transcript

Poesia que se ouve

Fim

Mário de Sá - Carneiro

Verdes são os campos

Luis de Camões

Cavalo à Solta

Ary dos Santos

Ouvi dizer

Manuel Cruz

Eu Sei que vou te amar

Vinicius de Moraes

Ser Poeta

Florbela Espança

Mãe Negra

Alda Lara

Presságio

Fernando Pessoa

23 de março - Dia Mundial da Poesia

Fernando Pessoa Um dos vultos maiores da poesia portuguesa e mundial. Poeta que traz em si "todos os sonhos do mundo" e uma infinidade de outros seres, porque quando está só não o quer estar.

Vinícius de Moraes Um dos grandes poetas brasileiros cuja vida e obra podes consultar, abrindo o link.

Alda Ferreira Pires Barreto de Lara Albuquerque Queres conhecer a biografia de Alda Lara nascida em Angola em 1930? Abre a sua biografia

Manuel Gomes Coelho Pinho da Cruz canto-autor, letrista, vocalista, nascido em S. João da Madeira. Quem é final Manel Cruz como gosta de ser tratado? Abre o link.

Florbela Espanca Quem foi esta feminista que tanto sofreu por amor? Abre o link e confere tudo na bio.

José Carlos Ary dos Santos Um dos mais talentosos poetas da sua geração. Abre o link e fica a saber mais deste poeta português e da sua geração.

Luís de Camões Abre o link e entra na vida e obra deste nome maior da poesia em Portugal.

Mário de Sá Carneiro Abre o link e fica a conhecer melhor este poeta português da primeira geração Modernista, também conhecida como "Geração do Orpheu".

Poesia de Luís de Camões (interpretado por Cuca Roseta) Verdes são os campos Verdes são os campos, De cor de limão: Assim são os olhos Do meu coração. Campo, que te estendes Com verdura bela; Ovelhas, que nela Vosso pasto tendes, De ervas vos mantendes Que traz o Verão, E eu das lembranças Do meu coração. Gado que pasceis Com contentamento, Vosso mantimento Não no entendereis, Isso que comeis Não são ervas, não: São graças dos olhos Do meu coração.

Poesia de Florbela Espanca (interpretado por Trovante - Luís Represas) Ser poeta Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Áquem e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendorE não saber sequer que se deseja!É ter cá dentro um astro que flameja,É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito!Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente...É seres alma, e sangue, e vida em mimE dize-lo cantando a toda a gente!

Poesia de Manuel Cruz (interpretação de "Ornatos Violeta") Ouvi Dizer Ouvi dizer que o nosso amor acabou.Pois eu não tive a noção do seu fim!Pelo que eu já tentei,Eu não vou vê-lo em mim:Se eu não tive a noção de ver nascer um homem.E ao que eu vejo,Tudo foi para tiUma estúpida canção que só eu ouvi!E eu fiquei com tanto para dar!E agoraNão vais achar nada bemQue eu pague a conta em raiva!E pudesse eu pagar de outra forma! Ouvi dizer que o mundo acaba amanhã,E eu tinha tantos planos pra depois!Fui eu quem virou as páginasNa pressa de chegar até nós;Sem tirar das palavras seu cruel sentido!Sobre a razão estar cega:Resta-me apenas uma razão,Um dia vais ser tuE um homem como tu;Como eu não fui;Um dia vou-te ouvir dizer:E pudesse eu pagar de outra forma!Sei que um dia vais dizer:E pudesse eu pagar de outra forma! A cidade está deserta,E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.Em todo o lado essa palavraRepetida ao expoente da loucura!Ora amarga! Ora doce!Pra nos lembrar que o amor é uma doença,Quando nele julgamos ver a nossa cura!

Poesia de Alda Lara, interpretação de Paulo de Carvalho. Mãe Negra Pela estrada desce a noiteMãe negra desce com elaPela estrada desce a noiteMãe negra desce com elaMãe negra não sabe nadaMãe negra não sabe nadaNem bungavílias vermelhasNem vestidinhos de folhosNem brincaderias de guisosNas suas mãos apertadasSó duas lágrimas grossasEm duas faces cansadasSó duas lágrimas grossasEm duas faces cansadas, oh mãeMãe negra não sabe nadaMãe negra não sabe nadaMãe negra tem voz de ventoVoz de silêncio batendoNas folhas do cajueiroAi, nas folhas do cajueiroTem voz de noite descendoDe mansinho pela estradaTem voz de noite descendoDe mansinho pela estradaMãe negra não sabe nadaMãe negra não sabe nadaQue é feito desses meninosQue gostavas de embalarQue é feito desses meninosQue gostavas de embalarQuem ouve as históriasQue costumava contar?Quem ouve as históriasQue costumava contar?Mãe negra não sabe nadaMãe negra não sabe nadaMãe negra não sabe nada

Poesia de José Saramago, interpretado por Teresa Salgueiro Alegria Já ouço gritos ao longe Já diz a voz do amor A alegria do corpo O esquecimento da dor Já os ventos recolheram Já o verão se nos oferece Quantos frutos quantas fontes Mais o sol que nos aquece Já colho jasmins e nardos Já tenho colares de rosas E danço no meio da estrada As danças prodigiosas Já os sorrisos se dão Já se dão as voltas todas Ó certeza das certezas Ó alegria das bodas

Poesia de Fernando Pessoa, interpretado por Salvador Sobral Presságio O amor, quando se revela,Não se sabe revelar.Sabe bem olhar p'ra ela,Mas não lhe sabe falar.Quem quer dizer o que senteNão sabe o que há de dizer.Fala: parece que mente...Cala: parece esquecer...Ah, mas se ela adivinhasse,Se pudesse ouvir o olhar,E se um olhar lhe bastasseP'ra saber que a estão a amar!Mas quem sente muito, cala;Quem quer dizer quanto senteFica sem alma nem fala,Fica só, inteiramente!Mas se isto puder contar-lheO que não lhe ouso contar,Já não terei que falar-lhePorque lhe estou a falar...

Poesia de José Carlos Ary dos Santos, interpretado por Fernando Tordo e Jorge Palma Cavalo à solta Minha laranja amarga e doce meu poema feito de gomos de saudade minha pena pesada e leve secreta e pura minha passagem para o breve breve instante da loucura. Minha ousadia meu galope minha rédea meu potro doido minha chama minha réstia de luz intensa de voz aberta minha denúncia do que pensa do que sente a gente certa. Em ti respiro em ti eu provo por ti consigo esta força que de novo em ti persigo em ti percorro cavalo à solta pela margem do teu corpo. Minha alegria minha amargura minha coragem de correr contra a ternura. Por isso digo canção castigo amêndoa travo corpo alma amante amigo por isso canto por isso digo alpendre casa cama arca do meu trigo. Meu desafio minha aventura minha coragem de correr contra a ternura.

Poesia de Mário de Sá-Carneiro, interpretado por Trovante Fim Quando eu morrer batam em latas, Rompam aos saltos e aos pinotes, Façam estalar no ar chicotes, Chamem palhaços e acrobatas! Que o meu caixão vá sobre um burro Ajaezado à andaluza... A um morto nada se recusa, Eu quero por força ir de burro.