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Cartaz+programa

Transcript

Semana da Leitura

7 a 11 de março 2022

Ler Sempre. Ler em Qualquer Lugar.

7 - Segunda-feira

9 - Quarta-feira

11 - Sexta-feira

8 - Terça-feira

10 - Quinta-feira

Durante a Semana

Momento de Abertura

  • 09:15 h - “À conversa com…Ana Pereira e Elza Mesquita “ (autora e ilustradora) (EPQ)
  • 10:10h - Atividades de Leitura Escrita E Ilustração : "Ler, Escrever e Educar para a Inclusão" (Educação Inclusiva- ESEG)
  • Ao longo do dia - "Vamos PiqueniLer!" (Pré-escolar e 1.º Ciclo)

  • 14:25h - Apresentação do projeto do Parlamento dos Jovens “O impacto da desinformação na democracia” (Ensino Secundário (ESEG)
  • Entrega de certificados de participação e prémios do CNL (EPQ)
  • Ao longo do dia - "Vamos PiqueniLer!" (Pré-escolar e 1.º Ciclo)

  • 10:00h - Entrega de prémios e certificados do CNL (ESEG)
  • Ao longo do dia - "Vamos PiqueniLer!" (Pré-escolar e 1.º Ciclo)

  • 15:20h - Apresentação do projeto do Parlamento dos Jovens “Que estratégias para combater a desinformação?” (3.º ciclo - ESEG)

  • 10:00h - Um Livro, Um Filme: “A Maior Flor do Mundo” (Educação Inclusiva- ESEG)
  • 14:30h - A Mulher e a Literatura | Centro Ismaili. Transmissão do streaming do PNL e da Fundação Aga Khan Portugal (ESEG)
  • A Mulher na Literatura Infanto-juvenil - exposição (Comunidade educativa CESE e CR)
  • Ao longo do dia - Partilha de leituras (EPQ)

Abertura da Semana da Leitura

08:30h - Abertura da SL com Todos a Ler “As Palavras” (ESEG)10:00h - Abertura da SL com um momento musical (EPQ) 11:00h - Abertura da SL - Espetáculo online (Pré-escolar e 1.º Ciclo)

Ler Sempre. Ler em Qualquer Lugar. De forma a assinalar a abertura da Semana da Leitura, a equipa da biblioteca escolar sugere a leitura da crónica de José Saramago “As palavras”. "As palavras” As palavras são boas. As palavras são más. As palavras ofendem. As palavras pedem desculpa. As palavras queimam. As palavras acariciam. As palavras são dadas, trocadas, oferecidas, vendidas e inventadas. As palavras estão ausentes. Algumas palavras sugam-nos, não nos largam: são como carraças: vêm nos livros, nos jornais, nos slogans publicitários, nas legendas dos filmes, nas cartas e nos cartazes. As palavras aconselham, sugerem, insinuam, ordenam, impõem, segregam, eliminam. São melífluas ou azedas. O mundo gira sobre palavras lubrificadas com óleo de paciência. Os cérebros estão cheios de palavras que vivem em boa paz com as suas contrárias e inimigas. Por isso as pessoas fazem o contrário do que pensam, julgando pensar o que fazem. Há muitas palavras. E há os discursos, que são palavras encostadas umas às outras, em equilíbrio instável graças a uma precária sintaxe, até ao prego final do Disse ou Tenho dito. Com discursos se comemora, se inaugura, se abrem e fecham sessões, se lançam cortinas de fumo ou dispõem bambinelas de veludo. São brindes, orações, palestras e conferências. Pelos discursos se transmitem louvores, agradecimentos, programas e fantasias. E depois as palavras dos discursos aparecem deitadas em papéis, são pintadas de tinta de impressão - e por essa via entram na imortalidade do Verbo. Ao lado de Sócrates, o presidente da junta afixa o discurso que abriu a torneira do marco fontanário. E as palavras escorrem, tão fluídas como o «precioso líquido». Escorrem interminavelmente, alagam o chão, sobem aos joelhos, chegam à cintura, aos ombros, ao pescoço. É o dilúvio universal, um coro desafinado que jorra de milhões de bocas. A terra segue o seu caminho envolta num clamor de loucos, aos gritos, aos uivos, envolta também num murmúrio manso, represo e conciliador. Há de tudo no orfeão: tenores e tenorinos, baixos cantantes, sopranos de dó de peito fácil, barítonos enchumaçados, contraltos de voz-surpresa. Nos intervalos, ouve-se o ponto. E tudo isto atordoa as estrelas e perturba as comunicações, como as tempestades solares. Porque as palavras deixaram de comunicar. Cada palavra é dita para que se não oiça outra palavra. A palavra, mesmo quando não afirma, afirma-se. A palavra não responde nem pergunta: amassa. A palavra é a erva fresca e verde que cobre os dentes do pântano. A palavra é poeira nos olhos e olhos furados. A palavra não mostra. A palavra disfarça. Daí que seja urgente mondar as palavras para que a sementeira se mude em seara. Daí que as palavras sejam instrumento de morte - ou de salvação. Daí que a palavra só valha o que valer o silêncio do acto. Há também o silêncio. O silêncio, por definição, é o que não se ouve. O silêncio escuta, examina, observa, pesa e analisa. O silêncio é fecundo. O silêncio é a terra negra e fértil, o húmus do ser, a melodia calada sob a luz solar. Caem sobre ele as palavras. Todas as palavras. As palavras boas e as más. O trigo e o joio. Mas só o trigo dá pão. Crónica "As palavras" in "Deste Mundo e do Outro", Caminho, 3.ª edição, páginas 55 e 56

  • Bom dia, leitura! (Pré-escolar e 1.º Ciclo)
  • Ler Luísa Ducla Soares em família (Pré-escolar e 1. Ciclo)
  • A BE leva Luísa Ducla Soares à Escola. (Pré-escolar e 1.º Ciclo)
  • Visitas à exposição Luísa Ducla Soares - 50 anos de vida literária ( Pré-escolar, 1.º Ciclo e EPQ)
  • Exposição de obras de Luísa Ducla Soares (Pré-escolar, 1.º Ciclo e EPQ)
  • Feira do Livro Usado (comunidade escolar - ESEG e EPQ)
  • Exposição “Li, Gostei e Ilustrei” (ensino secundário - ESEG)
  • Exposição “O Livro da Minha Vida” (comunidade escolar - ESEG)
  • Leituras Partilhadas (todos os ciclos)
  • Podcast “Ler Sempre. Ler em Qualquer lugar.” Leituras em Família (ESEG)
  • Encerramento com um momento musical (EPQ)

Durante a Semana