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Uma memória coletiva do trabalho realizado na edição de 2021 da Escola Comunitária Sinergias ED

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Dependências

Dicionário das

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Uma memória escrita peloGrupo de Trabalho Colaborativo da Escola Comunitária 2021

2021

Enraizar a Eco e a Interdependênciana comunidade

A edição de 2021 da Escola Comunitária Sinergias ED foi dedicada a aprofundar as temáticas da EcoDependência e InterDependência enquanto propostas alternativas e desejadas à crise ecosssistémica civilizacional em que vivemos. Esta crise tem por base visões individualistas, antropocentradas e neoliberais de sobrevivência que se sobrepõem a qualquer lógica coletiva de construção de (con)vivências para o Bem Comum. Como ferramenta de aprofundamento e reflexão sobre esta temática, foi criado um Dicionário das inDependências que pretendeu resgatar conceitos e ajudar as pessoas participantes a redescobriras suas Eco e InterDependências.

O Dicionário das inDependências teve o seu miolo, qual cérebro-energia, criado por uma Quintilha Ecofeministade mulheres pertencentes à Comunidade Sinergias ED.A sua edição - em formato de livro cartonero - ficou a caboda Pachamama Editora Cartonera - instalações pedagógicas caducas - que juntou mulheres e crianças. Durante o primeiro dia da edição de 2021 da Escola Comunitária, este dicionário em formato cartonero foi a ferramenta utilizada para refletir individual e coletivamente.Após a Escola Comunitária, as várias entradas do dicionário foram aumentadas com novos vocábulos e conceitos identificados pela comunidade a partir das sínteses dos momentos de trabalho tidos durante a escola.É deste processo de revisão e majoração do Dicionário que surje esta nova versão digital. Ela agrega os conceitos que foram o ponto de partida para as reflexões, bem como os novos conceitos acrescentados a posteriori.

ÍNDICE

Info

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Navegue pelos vários vocábulos e deixe-se interpelar por citações, vídeos, músicas, performances artísticas, poemas, excertos de artigos e mesmo propostas de sites para explorar.Conforme os seus olhos forem navegando pelo Dicionário, ele passará a ser co-construído consigo também.Inclua as suas reflexões. Crie as suas entradas, os seus vocábulos e conceitos.Ouse uma nova gramática e sintaxe.Recupere também as suas inDependências.

Natureza

Alternativas

Mudança

Legado

Humildade

Equilíbrio

Ego

Ecologia

Diversidade

Diálogo

Dependência

Decrescimento

Cuidado e condição humana

Corpo

Commons / Os comuns

Comunidade

Celebração

Casa

Beleza

Acumulação

Novilíngua

One Welfare

o que sustenta a Vida

Utopia

Transformação social

Território

Tempo

Sistema(s) e olhar sistémico

Rutura

Respeito

Resistência

Reconciliação

Relações de poder

Propriedade

Perceção

Participação

Opressão

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Já conhece o site Gapminder - Dollar Street?

“Imagine the world as a street ordered by income. Everyone lives somewhere on the street. The poorest lives to the left and the richest to the right. Everybody else live somewhere in between. Welcome to visit all homes on Dollar Street!”

Acumulação

Boaventura de Sousa Santos

"Não faltam alternativas no mundo,o que falta é um pensamento alternativo de alternativas."

Alternativas

Sophia de Mello Breyner (2004) O Nome das Coisas

Sua BelezaSua beleza é total Tem a nítida esquadria de um Mantegna Porém como um Picasso de repente Desloca o visual Seu torso lembra o respirar da vela Seu corpo é solar e frontal Sua beleza à força de ser bela Promete mais do que prazer Promete um mundo mais inteiro e mais real Como pátria do ser

Beleza

Com veemência e fúria defendo a fidelidadeao estar terrestre. O mundo do ter perturba e paralisa e desvia em seus circuitos o estar, o viver, o ser. Dai-me a claridade daquilo que é exactamente o necessário. Dai-me a limpeza de que não haja lucro. Que a vida seja limpa de todo o luxo e de todo o lixo. Chegou o tempo da nova aliança com a vida.

Sophia de Mello Breyner Inédito sem data

Dai-me a casa vazia e simples onde a luz é preciosa. Dai-me a beleza intensa e nua do que é frugal. Quero comer devagar e gravemente como aquele que sabe o contorno carnudo e o peso grave das coisas. Não quero possuir a terra mas ser um com ela. Não quero possuir nem dominar porque quero ser: esta é a necessidade.

Casa

Josep Maria Esquirol (2020) A Resistência Íntima - Ensaio de uma filosofia da Proximidade

“[…] a casa pertence ao ajuntamento humano.Tem fundações e janelas: as fundações e a cave ligam-na à terra, enquanto as janelas e a mansarda, ao céu.A casa une a terra e o céu. Mas o ajuntamento humano é, principalmente, abrigo.”

Casa

Saber transmitido de geração em geração,saber que se diz num toque muito especial no modo de dobrar um lençol, de criar um gosto, de fazer um doce que tem, por vezes, um sabor único e nunca repetível - o da infância.

Teresa Joaquim (1997) “Menina e Moça. A construção social da feminilidade”

Começar pelo princípio, por uma imagem muito simples; paredes quase nuas, brancas se possível, paredes que fazem o esqueleto de uma casa sem mais nada para deste modo se poderem tornar lugar de inscrição e de ordem. Casa - aquela onde se nasce, casa do pai, aquela onde se cresce e se aprende o afecto e a dor, as artes de fazer e de cuidar, que a mãe e as mulheres da casa lhe vão ensinar, fazendo-se deste modo a aprendizagem de uma casa feita de gestos, de ritos, de maneiras de fazer, artes que mais tarde ela irá utilizar na casa do seu marido, em que será mãe e transmitirá então esses saberes às suas filhas.

Casa

“Our house is on fire”, março de 2020 Uma performance multimedia dos jovens artistas iranianos Icy e Sot inspirada no discurso de Greta Thunberg

Casa

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1 de 2 páginas

Maya Angelou (2015)The Complete Poetry

When great souls die,the air around us becomes light, rare, sterile. We breathe, briefly. Our eyes, briefly, see with a hurtful clarity. Our memory, suddenly sharpened, examines, gnaws on kind words unsaid, promised walks never taken.

When Great Trees Fall When great trees fall, rocks on distant hills shudder, lions hunker down in tall grasses, and even elephants lumber after safety. When great trees fall in forests, small things recoil into silence, their senses eroded beyond fear.

Celebração

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And when great souls die,after a period peace blooms, slowly and always irregularly. Spaces fill with a kind of soothing electric vibration. Our senses, restored, never to be the same, whisper to us. They existed. They existed. We can be. Be and be better. For they existed.

Great souls die andour reality, bound tothem, takes leave of us.Our souls,dependent upon theirnurture,now shrink, wizened.Our minds, formedand informed by theirradiance, fall away.We are not so much maddenedas reduced to the unutterable ignorance ofdark, coldcaves.

Sinergias ED

A Comunidade Sinergias ED, nascida, de forma natural e orgânica, no âmbito do projeto Sinergias ED, é assumida, atualmente, como a base e o motor principal do mesmo, uma vez que é dela que emergem e que se sustentam várias iniciativas do projeto.Procuramos estar, fazer, ser, sentir e perdurar em comum, por isso, a nossa identidade coletiva está em permanente (re)construção.Por ora, vemo-nos comouma Comunidade Colaborativa!

Comunidade

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Os bens comuns são pura mercadoria? Entrevista a Ricardo Petrella (2018)

Commons / Os Comuns

Miriam Nobre e Renata Moreno (2020) “Natureza, trabalho e corpo: percursos feministas e pistas para a ação”

O corpo resiste aos tempos do mercado. É preciso recuperar as memórias que marcam os corpos, individual e coletivamente, ouvir suas histórias, reaprender a ouvir o corpo. Recuperar os tempos da vida se relaciona com a reconexão com os processos do nosso corpo sem a mediação do mercado capitalista, desde o ato de ser consciente da respiração, à percepção dos ritmos e sons da vida nos ambientes em que vivemos, a desalienação da nossa relação com os alimentos, a superação da dualidade entre corpo e mente.

Corpo

Xochitl Levya Solano e Rosalba Icaza (coords.) (2019)En tiempos de muerte: Cuerpos, Rebeldías, Resistencias.

“Na tradição filosófica ocidental percebemos que fazer visível o corpo para compreender a partir dele como se vive o mundo constitui uma das apostas dos feminismos críticos. Para alguns destes feminismos, o corpo é um discurso cultural e, por ele, expressão concreta do discurso heteronormativo dominante. O corpo é também compreendido como expressão e veículo dos discursos que se opõem a e desafiam o normativo e as suas violências. (…) O corpo configura-se igualmente como um ente político, não apenas como um espaço já dado, mas como um lugar, como um território. Compreender o corpo desta maneira traz, sem dúvida, um outro olhar em que os significados culturais, as experiências sociais, as dinâmicas políticas e históricas – que não são sempre as mesmas, mas que estão em permanente mutação – produzem e reproduzem os corpos que habitamos. Pensemos no neoliberalismo contemporâneo e perguntemos sobre que tipo de corpos está produzindo e reproduzindo e para que fins. Pensemos nos feminicídios: que corpos destrói e elimina, porquê e para quê?”.

Corpo

Miriam Nobre e Renata Moreno (2020) “Natureza, trabalho e corpo: percursos feministas e pistas para a ação”

“Nesse caminho, está o desafio de questionar e transformar a dinâmica da vida e as relações sociais que provocam sofrimentos e inadequações. E, mais do que isso, reconstruir relações e comunidades em que caibam todos os corpos, respeitados em sua diversidade, singularidade e interdependência, cuidados em sua vulnerabilidade, que é condição humana.”

Cuidado e Condição Humana

Cuidado e Condição Humana

Eliana Madeira (2020)

“É muito difícil para as pessoas, é difícil mesmo o reconhecimento igualitário do valor de todas as pessoas, de olhar para cada pessoa e ver alguém que tem recursos. mas também alguém que tem vulnerabilidades (…). É difícil para a maioria das pessoas dizerem: “Eu preciso disto”. Isto é mesmo uma coisa difícil, porque nós estamos mesmo muito acostumados a valorizar a auto-suficiência, o não se precisar de ninguém. Bom, bom é quando nós podemos, para resolver os nossos problemas, pagar a alguém para fazer por nós. E esta coisa de dizer ‘eu preciso’, ‘eu sinto falta’ é uma coisa que nos fragiliza muito”.

Cuidado e Condição Humana

Giacomo D’Alisa, (2020)

“Esse trabalho feminizado de reprodução e cuidados é, no atual sistema de mercado capitalista, o pressuposto invisível das atividades produtivas. O rendimento de cuidado tem como objetivo reconhecer a centralidade desse trabalho e remunerar aqueles que, querendo ou não, realizam esse esforço material e psicológico dia após dia”

Cuidado e Condição Humana

Arlie Russell Hochshild (2017) “Amor e ouro”

“Enquanto mulheres de classe média no Primeiro Mundo estão construindo carreiras que são moldadas pelo velho modelo masculino, gastando muitas horas em empregos exigentes, suas babás e outras empregadas domésticas sofrem uma versão muito mais exagerada da mesma coisa. Duas mulheres trabalhando com remuneração não é uma má ideia. Mas duas mães trabalhadoras dando tudo para seu trabalho é uma boa ideia em curto-circuito. No fim, tanto as mulheres do Primeiro quanto do Terceiro Mundo são pequenas jogadoras num jogo econômico maior cujas regras elas não escreveram”.

Cuidado e Condição Humana

Maria de Lourdes Pintasilgo Comissão independente para a qualidade de vida (2000)

“ (...) A uma ética da justiça - em que se funda e a que se limita no seu melhor a democracia existente - há que justapor a ética do cuidado. Enquanto a ética da justiça constrói todo o edifício político sobre o ser humano como sede de direitos, a ética do cuidado toma em linha de conta a posição eminentemente realista de que o ser humano é também um ser de vulnerabilidades que, em numerosas situações, o impedem de se erguer e defender os seus direitos".

Cuidado e Condição Humana

Cuidado e Condição Humana

Eduardo Galeano (2018) “O Livro dos Abraços

“As vozes antigas, suponhamos, que ainda nos dizem que somos filhos da terra e que a mãe não se vende nem se aluga. Enquanto chovem pássaros mortos sobre a Cidade do México e os rios se transformam em cloacas, os mares em lixeiras e as selvas em desertos, essas vozes, teimosamente vivas, anunciam-nos outro mundo que não é este mundo envenenador da água, do solo, do ar e da alma”.

See Red Women's Workshop (1975)

Cuidado e Condição Humana

Cuidado e Condição Humana

"Os desafios que enfrentamos não estão relacionados à falta de informação ou estratégia, mas a um hábito colonial de ser. Como resposta, a cartografia centraliza o trabalho invisibilizado da Terra a nos oferecer cuidado, nossas responsabilidades de reciprocidade como parte integrante de seu metabolismo e o nosso dever de prestar contas às futuras gerações de seres humanos e não humanos. A analogia do micélio é usada com referência ao papel dos fungos na decomposição, regeneração, comunicação e distribuição dos nutrientes dentro dos sistemas ecológicos. Essa analogia também é usada para expressar que a justiça ecológica e econômica (cogumelos) não são viáveis sem a justiça cognitiva, afetiva e relacional (micélio saudável). Nós trabalhamos com noções transformadoras e regeneradoras (ao invés de liberais/representativas) da justiça transformadora vindoura."

Vanessa Andreotti, Sharon Stein, Rene Susa & coletivo de arte/educação (2019) “Sinalizando rumo a futuros descoloniais”

Cuidado e Condição Humana

Cuidado e Condição Humana

Uma performance original de Ludovico Einaudi, realizada no oceano ártico em parceriacom a GreenPeace,como forma de sensibilizar para o aquecimento climático e para o degelodas calotas polares.17 de junho de 2016

Cuidado e Condição Humana

Cuidado e Condição Humana

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“O Decrescimento é sobre descolonização, tanto das terras e populações como das nossas mentes. É sobre a “des-comodificação” de bens e “des-intensificação” do trabalho e da vida. É sobre a “des-objetificação” de Humanos e da Natureza. O Decrescimento começa o processo de tirar menos, mas, no fim, abre uma imensidão de possibilidades. Move-se da escassez à abundância, da extração à regeneração, do domínio à reciprocidade, e da solidão e separação à conexão com um mundo, que fervilha de vida.”

Jason Hickel (2020) “Menos é mais: como o decrescimento salvará o mundo”

Decrescimento

Fique a conhecer a Rede para o Decrescimento:https://www.decrescimento.pt/

The elephant and the snail (by Bàrbara Castro Urío)

Decrescimento

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São novos SEGREDOS DA NATUREZA.”#1 - DE MAGIC MYXIES AO BLOB #2 - LÍQUENES #3 - FUNGOS #4 - PLANTAS RUDERAIS

Teresa Castro sugere que as imagens em movimento nos podem ajudar a alargar os limites da atenção e colaborar na fundação duma razão ecológica. Não se trata de defender que o cinema se deva colocar ao serviço dos discursos ecológicos, mas de sugerir que pode ajudar-nos a restaurar o maravilhamento diante do mundo, que nos é mais do que nunca necessário. Numa série de quatro vídeos inéditos, a investigadora fala-nos de organismos vivos que nos ajudam a pensar outras dimensões da esfera humana e a sua relação com o cinema. Ponto de partida e de chegada, são novas leituras a partir da série vintage "Secrets of Nature".

Teresa Castro Culturgest | Projeto ACT – Art, Climate, Transition

Dependência

Antigamenteas pessoas invadiam notícias que não vinham: - Como vais?! Há tanto que de ti não ouvia?! E as palavras baixavam a febre às arrelias. Era um tempo de escancarar apertos, de semear amizades, de ceifar vazios. A palavra é como a empena. Essa linha contígua em permanente impermeabilização. A água insiste, a manutenção consiste em evitar que a humildade infiltre inércias no corpo. Em atrasar a salitre nos verbosessenciais: escutar, partilhar, ajudar, amar. É o bolor que lhes come o infinitivo, reduz-lhes a qualidade do ar, aumentando-lhes o tempo do futuro-imposto. As paredes desfazem-se, os telhados sucumbem, sobrarão casas vazias e ruas sem direcção.Antigamente a palavra era o centro da vida hoje a extremidade onde poucos querem verdadeiramente existir.Será que houve antigamente?

Antigamente a palavra era o centro da vida, hoje, a extremidade aonde ninguém habita. Era o gesto maior, um largo no tempo, um afago no espaço. Dirigia contextos, enobrecia-os, sublimava-os. Maestrina da partilha, conjugava as gentes paredes-meias. Lado a lado como as andorinhas nos beirais e a primavera nas flores. Hoje a palavra sucumbe. A seguir ao homo-sapiens, o homo- ecrã. Como os olhos iludem vontades... Como os olhos são vorazes... Como a romaria das montras reconduz as baratas-tontas…

Jorge Serafim (sem data)

Diálogo

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Inventário da Flora Ibérica e das Ilhas Baleares“Tras 39 años culmina la catalogación de la flora de la Península y Baleares, de la que cerca de un 22% de las especies no existen en ninguna otra parte del mundo”.

Banco de Sementes A. L. Belo Correia “O Banco de Sementes A.L. Belo Correia foi inaugurado em 2001 e é o maior e mais antigo banco de sementes de espécies autóctones em Portugal continental, conservando em março de 2015, 3700 amostras de sementes, pertencentes a 1130 espécies. Nesta coleção está já representado mais de 1/3 da flora e 57% das espécies protegidas do continente português. Destacam-se ainda cerca de 220 espécies da região submersa pela barragem de Alqueva e 250 espécies de plantas do Jardim Botânico.”

Diversidade

"Mais do que nunca a natureza não pode ser separada da cultura (...). Tanto quanto algas mutantes e monstruosas invadem as águas de Veneza,as telas de televisão estão saturadas de uma população de imagens e de enunciados "degenerados". Uma outra espécie de alga, desta vez relativa à ecologia social, consiste nessa liberdade de proliferação que é consentida a homens como Donald Trump que se apodera de bairros inteiros de Nova York, de Atlantic City etc, para "renová-los", aumentar os aluguéis e, ao mesmo tempo, rechaçar dezenas de milhares de famílias pobres, cuja maior parte é condenada a se tornar homeless, o equivalente dos peixes mortos da ecologia ambiental.”

Félix Guattari (1989) “Les trois écologies”

Ecologia

“Até que ponto as sociedades estão dispostas a assumir os riscos ao forçar essas mudanças na auto-organização da natureza? Esta é uma questão que está muito vinculada às visões hegemónicas do poder político e do poder económico, dispostos a quase tudo pelo objetivo de gerar lucro. Ela também está relacionada com o analfabetismo ecológico da maioria da sociedade, que interiorizou mentalmente uma noção inviável de progresso, de bem-estar ou de riqueza totalmente funcional para a sustentação do sistema dominante.”

Yayo Herrero (2020)

Ecologia

Wild GeeseYou do not have to be good. You do not have to walk on your knees for a hundred miles through the desert repenting. You only have to let the soft animal of your body love what it loves. Tell me about despair, yours, and I will tell you mine. Meanwhile the world goes on. Meanwhile the sun and the clear pebbles of the rain are moving across the landscapes, over the prairies and the deep trees, the mountains and the rivers. Meanwhile the wild geese, high in the clean blue air, are heading home again. Whoever you are, no matter how lonely, the world offers itself to your imagination, calls to you like the wild geese, harsh and exciting - over and over announcing your place in the family of things.

Mary Oliver (1986) “Wild Geese”

Ecologia

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O grande responsável da devastação económica do meio natural é a ambição do mercado, a prepotência desta forma de ditadura (...) São empresas que têm apenas um nome, um lugar, uma marca, mas não têm rosto. Ninguém se recorda verdadeiramente como se chama o admnistrador-delegado, os os dez diretores mais importantes, onde moram, quantos anos têm. É no absoluto anonimato, na absoluta impunidade que continuam o seu trabalho de destruição do elemento natural à escala planetária.

A Amazónia continua a ser destruída a um ritmo vertiginoso: todos os anos desaparece uma área equivalente à superfície da Sicília. Com uma rapidez desenfreada, é devastada uma massa florestal importantíssima, não só para quem habita na região amazónica, mas para o equilíbrio ecológico de todo o planeta. E porquê que isto acontece? Porque a ditadura invisível sob cujo jugo sofremos todos, a ditadura do mercado não obedece a ética, não tem moral, não possui um código de comportamento, não responde a nenhuma instituição. O mercado trabalha sozinho, é omnipotente, omnipresente.

Luis Sepúlveda e Carlo Petrini (2014) “Uma ideia de felicidade”

Ecologia

sem autoria nem data

Ecologia

Twitter de Ellen Degeneres (2014) Selfie tirada e publicada durante a cerimónia dos Óscares de 2014. Até ao final da cerimónia foi republicadamais de 2 milhões de vezes.

“A selfie parece uma obsessão do homem pós-moderno, quem não posta fotos na rede pode não existir. As pessoas querem ver e sobretudo serem vistas. Através da selfie a pessoa pode construir sua imagem, criar um personagem, uma nova identidade, mesmo que virtual, faz recortes de fatos e situações, e dispara aquilo que deseja expor sobre si e seu quotidiano.”

Maria Cecília Cohn (2015) Selfie, a cultura do espelho: No Espelho?

Ego

Esta insatisfação, Não consigo compreender. Sempre esta sensação, Que estou a perder. Tenho pressa de sair. Quero sentir ao chegar, Vontade de partir P'ra outro lugar. Vou continuar a procurar A minha forma, O meu lugar, Porque até aqui eu só…

António Variações (1983) Anjo da Guarda

Equilíbrio

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Eu sou devedor à terraEu sou devedor à terra A terra me está devendo A terra paga-me em vida Eu pago à terra em morrendo E eu pago à terra em morrendo Eu sou devedor à terraEu sou devedor à terra A terra me está devendo[...]

Os Camponeses de Pias (2015) MPAGDP - A Música Portuguesa a Gostar dela Própria

Humildade

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Terra de ninguém[...] Lavra boi, lavra Já lavraram meus avós Na terra que somos todos Na vida que somos nós Eu devo à terra e a terra me está devendo A terra paga-me em vida E eu pago à terra em morrendo [...]

Gaiteiros de Lisboa feat Pacman (2002) Macaréu

Humildade

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i stand on the sacrifices of a million women before me thinking what can i do to make this mountain taller so the women after me can see farther

legacy - Rupi Kaur

Legado

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A Viagem de Chihiro Título Original: Sen to Chihiro no kamikakushi During her family's move to the suburbs, a sullen 10-year-old girl wanders into a world ruled by gods, witches, and spirits, and where humans are changed into beasts.

Hayao Miyazaki (2001)Studio Ghibli

Mudança

3 locais receberam-nos durante a edição de 2021 da Escola Comunitária Sinergias ED.Locais que nos interpelaram sobre o sentido das relações profundas que estabelecemos com a natureza, situadas e enraizadas no local físico que nos acolhe e que é fonte de aprendizagem.

Aveiro, Covilhã e Mafra

Natureza

Data e autoria desconhecida

Novilíngua

Como conceito, o Bem-Estar único foi desenvolvido a partir do mundo veterinário, com o objetivo de gerar motivação e conscientização para um trabalho mais colaborativo entre os seres humanos na busca de um bem-estar global, que inclua a ética animal e também o ambiente/natureza, percebendo a nossa eco-dependência. Dentro deste conceito, é essencial perceber de que forma estamos conectados/as com o ambiente que nos rodeia e perceber que a nossa escolha terá sempre consequências. O conceito de Educação Humana pretende juntar o Bem-Estar Único a outros tipos de Educação para, nomeadamente noções de cidadania global, direitos humanos, justiça social e educação ambiental.É promovido o respeito, empatia e compaixão por todos pertencentes ao mundo vivo e a interdependência que existe entre todos os seres e ambientes. Foca-se nas competências críticas, relacionadas com ética, direitos, questionamentos e necessidades; criatividade; cuidado; curiosidade, empatia e compaixão.

Magdalena Smrdelj, Amanda McKibbon, Alyse Patterson, Elizabeth Davis (2021) “We are all connected: one welfare and humane education in building capacity and fostering empathy in our future leaders”

One Welfare | Bem-estar único

Clique na imagem para aceder ao site

Organização One Welfare - site e diagrama

One WelfareBem-estar único

“Now more than ever, it's important to look boldly at the reality of race and gender bias -- and understand how the two can combine to create even more harm. Kimberlé Crenshaw uses the term "intersectionality" to describe this phenomenon; as she says, if you're standing in the path of multiple forms of exclusion, you're likely to get hit by both. In this moving talk, she calls on us to bear witness to this reality and speak up for victims of prejudice.”

The urgency of intersectionality Kimberlé Crenshaw (2016) - TEDTalks

Opressão

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Opressões e Privilégiosa partir do trabalho dePatricia Hill Collinssobre Interseccionalidade

Opressão

Escada da Participação Infantil Roger Hart (1992)

Participação

Modelo de etapas de participação baseado no trabalho de David Wright et al. (2010)

Participação

Débora Wainstock apresenta "Se Eu Fosse Eu",poema de Clarice Lispector.

Se eu fosse eu Clarice Lispector (1984)A descoberta do mundo

Perceção

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More sweetly play the Dance

William Kentridge (2016) Apresentado por Fondation Luma duranteLes Rencontres d'Arles 2016

Propriedade

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Fique a conhecer a Carta da Terra em: http://dhnet.org.br/direitos/cartadaterra/carta_terra_integral.htm

“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que, nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.”

Carta da Terra

Propriedade

Uma possível filosofia da Educação Emancipatória e Transformadora, na perspetiva de Gina Thésée, que passa por Descartes e filosofias de Ubuntu, Buen-Vivir e Pachamama. “Eu penso, logo existo” “Eu existo, porque tu existes” “Eu existo, porque nós existimos, juntas/os” “Eu existo, porque nós existimos, juntas/os, filhas/os de “Gaia” (Terra)”

Relações de Poder

Provérbio africano

“Até que os leõestenham os seus próprios historiadores, as histórias das caçadascontinuarão a glorificar o caçador”

Relações de Poder

Tamires Nobre (2016)

Relaçõesde Poder

Autoria e data desconhecidas

Relações de Poder

Autoria e data desconhecidas

Relações de Poder

“O crescimento nos países do Norte — e amiúde também nos do Sul— facilita o assentamento dum modo de vida escravo que faz pensar que quantas mais horas se trabalharem, mais dinheiro se ganhar e, especialmente, mais bens se consumirem, maior será a felicidade”

C. Taibo (2011) “Decrescimento, crise e capitalismo”

Relações de Poder

“Quer seja visto como progresso, crescimento ou modernização, o desenvolvimento, pelo menos na sua configuração hegemónica, é amparado por um olhar evolucionista sobre a história, no qual prevalece a ideia da superioridade da economia e da cultura ocidentais. Por conseguinte, a mudança só tem uma única direção possível: do atraso para o desenvolvimento, isto é, do dito primitivo, arcaico e tradicional para o alegadamente moderno, capitalista e desenvolvido.”

Fernando Bessa Ribeiro (2015) “Outros caminhos da teoria. Do desenvolvimento sustentável ao decrescimento”

Relações de Poder

“O trabalho realizado nos lares converteu-se, assim, na ligação entre o âmbito doméstico e a produção capitalista, ligação que deve permanecer oculta para, por um lado, facilitar o espólio do trabalho não-assalariado pelo capital, por outro, tornar possíveis formas muito desiguais de distribuição de renda, da riqueza e do tempo de trabalho de acordo com o sexo/género”

Cristina Carrasco (2018) “A economia feminista: um panorama sobre o conceito de reprodução”

Relações de Poder

In 2010 at MoMA, Abramović engaged in an extended performance called, The Artist Is Present. The work was inspired by her belief that stretching the length of a performance beyond expectations serves to alter our perception of time and foster a deeper engagement in the experience. Seated silently at a wooden table across from an empty chair, she waited as people took turns sitting in the chair and locking eyes with her. Over the course of nearly three months, for eight hours a day, she met the gaze of 1,000 strangers, many of whom were moved to tears.

Marina Abramović (2010)The artist is present

Reconciliação

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[...] Vengeful aspects became suspect And bending low as if to hear And the armies ceased advancing Because the people had their ear And the shepherds and the soldiers Lay beneath the stars Exchanging visions And laying arms To waste in the dust In the form of shining valleys Where the pure air recognized And my senses newly opened I awakened to the cry [...]

Choir! Choir! Choir! & Patti Smith (2019)People have the power

Reconciliação

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“…en el contexto de las actuales resistencias al extractivismo, el lenguaje de valoración de las mujeres enmarcado en la cultura del cuidado tiende a expresar un ethos procomunal potencialmente radical, que concibe las relaciones sociales desde otra lógica y otra racionalidad, cuestionando el hecho capitalista desde el reconocimiento de la ecodependencia y la valoración del trabajo de reproducción de lo social”

Maristella Svampa (2015)“Feminismos del Sur y Ecofeminismo”

Resistência

“Es tardepero es nuestra hora.Es tardepero es todo el tiempoque tenemos a manopara hacer el futuro.Es tardepero somos nosotrosesta hora tardía.Es tardepero es madrugadasi insistimos un poco.”

Pedro Casaldáliga (1982)“Cuia de Gedeão“

Resistência

“A lógica do lucro acima da vida é muito debatida e criticada pela economia feminista.Esta crítica nos orienta em ações de resistência frente aos projetos de dominação.Na prática, significa que precisamos falar e dar mais visibilidade para o que move o centro da vida. Precisamos debater as condições necessárias para viver de maneira livre, mais igualitária e saudável. Parte da construção da autonomia sobre a vida nos territórios é pensar como limitar mais a atuação do poder corporativo, fortalecendo as lutas populares e as práticas de resistências, com as iniciativas que já se mostram como possíveis caminhos: na solidariedade que reconstrói e reforça os laços da vida comunitária, na autogestão da vida em comum, na aliança com os movimentos sociais por direitos, trabalho digno, moradia, terra, e na promoção dos modos de vida dos povos e da agroecologia.”

Sheyla Saori (2020)“Economia verde e a financeirização da natureza e no vale do ribeira: as respostas das comunidades e das mulheres para as mudanças climáticas”

Resistência

Autoria e data desconhecidas

Resistência

“Muitos movimentos anticapitalistas têm sido muitas vezes racistase sexistas, movimentos anti-racistas têm sido frequentementepró-capitalistas e sexistas e movimentos feministas têm sidomuitas vezes pró-capitalistas e racistas. Enquanto a dominação agir articuladamente e a resistência a ela agir fragmentadamente, dificilmente deixaremos de viver em sociedades capitalistas, colonialistas e homofóbicas-patriarcais”

Boaventura Sousa Santos (2019)“Descolonizar o saber e o poder”

Resistência

“O capitalismo cria continuamente hierarquias, formas diferentes de escravização e desigualdades. Então, não se pode pensar que sobre esta base se possa melhorar a vida da maioria das mulheres, nem dos homens.O feminismo não é somente melhorar a situação das mulheres, é criar um mundo sem desigualdade, sem a exploração do trabalho humano que, no caso das mulheres, se transforma numa dupla exploração”.

Silvia Federici (2019)“Entrevista a Moraleda”

Resistência

“Temos o direito a ser iguaisquando a diferença nos inferioriza,temos o direito a ser diferentesquando a igualdade nos descaracteriza.”

Boaventura Sousa Santos (2016)“Para uma nova visão da Europa: aprender com o Sul”

Resistência

“Denunciamos a violência e a opressão que as crises deste modelo capitalista, heteropatriarcal, racista e destruidor da natureza provoca nas nossas vidas. A pandemia da covid 19 revelou as desigualdades e armadilhas deste sistema que, ao aprofundar o neoliberalismo, precariza cada vez mais a vida das mulheres, dos povos e do planeta.[…] A urgência em defender a vida trouxe à tona o que há muito tempo exigimos: a ruptura com este sistema é urgente!”

Marcha Mundial de Mulheres, 8 de Março de 2021“Declaração internacional da Marcha Mundial das Mulheres”

Resistência

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#RespectBattles (2018)M7

#RespectBattles (2018)Ace

#RespectBattles (2018)Movimento Respect Battles da APAV que combate o ódio com respeito.Feito com vários rappers da cena artística portuguesa.

Respeito

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#RespectBattles (2018)Estraca

#RespectBattles (2018)Papillon

#RespectBattles (2018)Movimento Respect Battles da APAV que combate o ódio com respeito.Feito com vários rappers da cena artística portuguesa.

Respeito

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#RespectBattles (2018)Malabá

#RespectBattles (2018)Movimento Respect Battles da APAV que combate o ódio com respeito.Feito com vários rappers da cena artística portuguesa.

Respeito

“Podemos dar início à construção de um mundo novo,não necessariamente das cinzas do velho,mas dentro dos seus interstícios.”

Autoria e data desconhecidas

Rutura

“Quatro estratégias para erodir o capitalismo:Resistir ao capitalismo, Fugir do capitalismo, Domesticar o capitalismo e Desmontar o capitalismo”

Eric Olin Wright (2019)Como ser anticapitalista no século XXI?

Rutura

“Três tipos de impulsos diferentes, considerando que revolução, transição e transformação fazem parte da ação quotidiana das práticas económicas alternativas: “alternativas de oposição (ou anticapitalistas),alternativas de transformação (ou neo-capitalistas)e alternativas de superação (ou pós-capitalistas)”

Sánchez Hernández (2017)Las prácticas económicas alternativas en perspectiva geográfica

Rutura

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The birds they sangAt the break of dayStart again, I heard them sayDon't dwell on what has passed awayOr what is yet to beAh, the wars they will be fought againThe holy dove, she will be caught againBought and sold, and bought againThe dove is never freeRing the bells that still can ringForget your perfect offeringThere is a crack, a crack in everythingThat's how the light gets in[...]

Leonard Cohen (1992)The Future - Anthem

Rutura

“É necessário abolir os modelos económicos machistas, o produtivismo,o extractivismo, o crescimento do PIB, a guerra, o racismo, o imperialismo,o colonialismo e tudo o que produz violência contra as pessoas e o seu ambiente.Há que os substituir por um novo sistema de produção e de reprodução baseado não apenas na igualdade, como também no respeito pela vida em todas as suas formas. Não há outra forma de fazer uma revolução ecológica”.

Stefania Barca (2016)“Trabajo e cambio climático: Qué espacio hay parala investigación en ecología política?”

Sistema(s) e olhar sistémico

«Não haverá verdadeira resposta à crise ecológica a não ser em escala planetária e com a condição de que se opere uma autêntica revolução política, social e cultural reorientando os objetivos da produção de bens materiais e imateriais.Essa revolução deverá concernir, portanto, não só às relações de forças visíveis em grande escala mas também aos domínios moleculares de sensibilidade, de inteligência e de desejo.»

Félix Guattari (1989)“Les trois écologies”

Sistema(s) e olhar sistémico

“Há inadequação cada vez mais ampla, profunda e grave entre os saberes separados, fragmentados, compartimentados entre disciplinas, e, por outro lado, realidades ou problemas cada vez mais polidisciplinares, transversais, multidimensionais, transnacionais, globais, planetários”

Edgar Morin (2003)“A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento”

Sistema(s) e olhar sistémico

“A humanidade enfrenta não só uma crise ambiental, económica, social, política, institucional ou civilizatória. Todas estas crises são parte de um todo. É impossível resolver uma destas crises sem abordar as outras no seu conjunto”

Pablo Sólon (2017)“Buen Vivir”

Sistema(s) e olhar sistémico

“Dentro de los derechos de la Madre Tierra existen debates y discusiones que avivan la construcción de la propuesta. Por ejemplo, los derechos de la Madre Tierra y los derechos de la naturaleza no son exactamente lo mismo. La Madre Tierra es el “todo”, mientras que la naturaleza es una parte del “todo”.Los derechos de la naturaleza buscan el reconocimiento de derechos para los componentes no humanos del sistema de la Tierra. En cambio, los derechos de la Madre Tierra aspiran a crear un nuevo régimen de derechos para todos y “todo”, donde obviamente haya diferencias según las características de cada uno de los componentes del sistema de la Tierra, pero dónde la separación ser humano-naturaleza empiece a ser superada para salir del antropocentrismo.”

Pablo Sólon (2017)“Buen Vivir”

Sistema(s) e olhar sistémico

“Estão a ser minadas as capacidades das sociedades para reproduzirem as bases materiais e culturais que permitem cobrir as necessidades individuais e colectivas de maneira adequada”

Fórum Social Mundial das Economias Transformadoras de 2020

Sistema(s) e olhar sistémico

“Fazer mais do mesmo, ainda que melhor, não é suficiente.O caminho a seguir não se limita a tornar as empresas multinacionais mais transparentes ou as burocracias reguladoras fortes, também não é uma questão de reconhecimento da cidadania plena de ‘pessoas de cor’, dos ‘idosos’, dos deficientes, das mulheres ou das pessoas ‘queer’ segundo políticas pluralistas.”

Ashish Kothari et al. (2019)“Pluriverso - un diccionário del posdesarrollo”

Sistema(s) e olhar sistémico

«Trata-se de uma provocação acerca do egoísmo: eu não vou salvar-me sozinho de nada, estamos todos enrascados. E, quando percebo sozinho que não faço a diferença, abro-me para outras perspectivas. É desta afectação pelos outros que pode sair uma outra compreensão sobre a vida na Terra. Quando ainda vivemos a cultura de um povo que não perdeu a memória de fazer parte da Natureza, quando somos herdeiros disso, não precisamos de ir resgatá-la. No entanto, se passámos pela experiência urbana intensa de nos tornarmos consumidores do planeta, a dificuldade em fazer o caminho de regresso deve ser muito maior. Por isso, acho que seria irresponsável dizer às pessoas que, se economizarmos água ou só comermos comida orgânica e andarmos de bicicleta, vamos diminuir a velocidade a que estamos a comer o mundo – isso é apenas uma mentira bem embalada.»

Ailton Krenak (2020)“A vida não é útil”

Sistema(s) e olhar sistémico

“A cultura ocidental, imposta violentamente ao resto do mundo, apresenta um importante defeito de origem: ter suposto que a nossa espécie, a sua cultura, era superior e estava separada do resto do mundo vivo. Contrariamente ao que continuam a defender os povos originários, acreditámos que as pessoas podiam viver acima dos limites da natureza e à margem da vulnerabilidade que comporta ter corpos contingentes e finitos”

Yayo Herrero (2017)“Cooperar y cuidar de lo común para sobrevivir. Rebeldías en común: sobre comunales, nuevos comunes y economías colaborativas”

Sistema(s) e olhar sistémico

“Como uma vida pode ser boa numa sociedade pós-fóssil?Como construir vidas seguras em meio a uma emergência climática irreversível?Como torná-las viáveis para todas as pessoas e não à custa dos mais vulneráveis? Como introduzir nelas os animais não humanos e o restante do mundo vivo? Como comer, habitar, consumir, cuidar, se divertir e se relacionar de forma justa em um mundo no qual a diminuição da esfera material da economia não é uma opção ética, mas simplesmente um fato? Como abordar este caminho em sociedades nas quais a precariedade não é uma anomalia, mas, antes de tudo, uma situação estrutural? Como defender da ganância os espaços que estamos construindo, do ataque feroz daquelesque sacrificam tudo para ganhar dinheiro? O problema é material, mas, sobretudo, é político e cultural.”

Yayo Herrero (2020)“A vida em situação de guerra: coronavírus e a crise ecológica e social”

Sistema(s) e olhar sistémico

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“Fairytales of Growth”Guião original por Marvin Dez e Oliver KingUm documentário de 2020 sobre Alterações Climáticas, Decrescimento e Mudança Sistémica.Com a participação de Jason Hickel, LaDonna Brave Bull Allard, Wendy Harcourt, Giorgos Kallis, Marta Conde, Alnoor Ladha, Filka Sekulova, Federico Demaria, Rupert Read, Tokata Iron Eyes, Maria Marcete Greta Thunberg. Duração: cerca de 47 minutos

Sistema(s) e olhar sistémico

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“Planet of the Humans”Um documentário de Michael MooreDirigido por Jeff Gibbs, sobre os impactosdas alterações climáticas e do nosso papel enquanto humanidade nessas alterações.Duração: 1h 39m

Sistema(s) e olhar sistémico

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[...]Hay tiempos de andar contra el vientoCuando el contratiempocomienza a soplarEntão, o vento que é de aragemBate no varal pra me dar coragem[...]

Marisa Monte & Jorge Drexler (2021)"Vento Sardo"

Tempo

“Politizar os corpos como territórios a serem defendidos é enfrentar a lógica dicotômica do pensamento ocidental, androcêntrico e branco, que separa a mente do corpo.Superar essa dualidade passa pela afirmação de que somos inteiras, com emoções, razões, carne e osso, sem fragmentar nossa existência. Somos resultados da coevolução entre práticas históricas de muitas gerações e povos, da natureza e de territórios concretos.”

Miriam Nobre e Renata Moreno (2020)“Natureza, trabalho e corpo: percursos feministas e pistas para a ação”

Território

Autoria e data desconhecidas

Território

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Uma conversa com uma ativista pertencente à Red de sanadoras ancestrales del feminismo comunitario en Guatemala.Realizada em 2016.Duração: cerca de 9 minutos

“Conversa com Lorena Cabnal:Territorio-Cuerpo e Territorio-Tierra”

Território

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Uma conversa com a intelectual feminista argentina Rita Segato, promovida pelaUniversidade da Costa Rica.Realizada em 2017.Duração: cerca de 26 minutos

" Rita Segato - Cuerpo, territorios y soberanía: violencia contra las mujeres”

Território

“… precisamos de processos de transformação social que questionem sistemas, paradigmas e as relações de poder dominantes e a partir dos quais sejam possíveis formas alternativas de pensar e agir.​O caminho da transformação social faz-se em diálogo, através da reflexão conjunta sobre os problemas ou os desafios sociais, e questionando as práticas, as causas e as consequências das opções que tomamos.Transformar é mobilizar para a ação, mudar a partir de dentro, criar rupturas com o atual sistema, acreditando que as abordagens paliativas serão sempre formas de o reproduzir. A transformação social é, afinal, uma outra forma de falarmos da emancipação dentro de processos coletivos e partilhados.A transformação social não se fecha em si mesma, não é um processo linear com um fim pré estabelecido, passa por várias fases e alimenta-se de contributos diversos.”

Carta Aberta para a Transformação Social (2018)https://www.projetoalternativas.org/carta-aberta-transf-social

Transformação Social

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Para que serve a utopia?Eduardo Galeano

Utopia

“Não é possível pensar a sustentabilidade da vida humana sem pensar numa vida em harmonia com a natureza,ou seja, que respeite seus processos”.

Nalu Faria e Marcha Mundial de Mulheres (2020)“Economia Feminista: A sustentabilidade da vida como eixo central dos movimentos sociais perante a crise da covid-19”

o que sustenta a Vida

Bill Waterson"Calvin and Hobbes"

o que sustenta a Vida

O conflito entre o capital e a vida “é agravado pela negação por parte do sistema capitalista da vulnerabilidade dos seres humanos. Somos interdependentes, uma vez que precisamos do cuidado das outras pessoas. E somos ecodependentes, porque para respirar, comer, beber, habitar e, em última análise, viver, dependemos da natureza”.

María Atienza et al. (2019)“Guía de análisis de prácticas de corresponsabilidad en la economía social y solidaria”

o que sustenta a Vida

“Outro dia fiz um comentário público sobre a ideia de que a sustentabilidade era uma vaidade pessoal, e isso irritou muitas pessoas. Acusaram-me de estar a fazer uma afirmação que desorganizava uma série de iniciativas que tinham como propósito educar as pessoas sobre o gasto excessivo de tudo. Eu concordo que precisamos de nos educar sobre isso, mas não é inventando o mito da sustentabilidade que vamos avançar”.

Ailton Krenak (2020)“A vida não é útil”

o que sustenta a Vida

Temos que “ […] reduzir a pressão sobre a natureza e, portanto, assumir estilos de vida globalmente mais austeros no lado material. Num planeta com limites já ultrapassados, a redução da esfera material da economia global não é tanto uma opção quanto um dado“.

Yayo Herrero (2017)“Cooperar y cuidar de lo común para sobrevivir. Rebeldías en común: sobre comunales, nuevos comunes y economías colaborativas”

o que sustenta a Vida

“Vale a pena nos determos um pouco para analisar isso, porque estamos diante do dilema crucial da nossa crise civilizatória: a economia convencional está em guerra contra a vida. Quando a economia vai bem, a vida corre perigo; quando entra em crise, recrudescem os processos de expropriação, mas é também neste momento que temos que aproveitar para respirar.Ou, dito de outra forma: para ela, quanto pior, melhor. Quanto mais rápido são destruídas e colocadas em risco as bases materiais que sustentam a vida, mais saudáveis estão as economias.”

Yayo Herrero (2020)“A vida em situação de guerra: coronavírus e a crise ecológica e social”

o que sustenta a Vida

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Uma palestra online realizadano dia 28 de abril de 2020por Yayo Herrero a convitedos Ecologistas en Acción de Espanha.Duração: 1h 36m

Yayo Herrero (2020) - “Interdependencia, cuidados y resiliencia comunitaria: ecofeminismo más que nunca”

o que sustenta a Vida

“O conceito de sustentabilidade da vida é complexo devido às múltiplas dimensões que implica, mas na minha opinião, apresenta vantagens em relação ao de reprodução social. É mais explícito porque considera que o objetivo é a vida (humana e não só humana apenas), permite de forma mais clara dar conta da relação profunda entre o econômico e o social, considera as múltiplas interdependências e interrelações entre o ecológico, o econômico, o social, o humano, concebendo como prioridade, como objetivo fundamental, as condições de vida das pessoas, mulheres e homens e, explicitamente, é uma aposta política para transformar as relações de poder capitalistas heteropatriarcais. Ocultar as relações de interdependência relacional só conduz a uma sustentabilidade impossível.”

Cristina Carrasco (2018)“A economia feminista: um panorama sobre o conceito de reprodução”

o que sustenta a Vida

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Uma palestra online realizada no dia 14 de maio de 2021 por Cristina Carrasco a convite do InstitutoEquit.Duração: cerca de 6m

Cristina Carrasco - “Pandemia e Cuidados”

o que sustenta a Vida

Esta memória foi produzida no âmbito do projeto Sinergias ED,promovido pela FGS - Fundação Gonçalo da Silveirae pelo CEAUP - Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto.Contou com o cofinanciamento do Camões, Instituto da Cooperação e da Línguae com o apoio da Reitoria da Universidade do Porto.Contou com a colaboração na sua redação de vários membros da Comunidade Sinergias ED.O design gráfico esteve a cargo de Laura Gonzalez Munera e Sara Borges.Foi terminada em abril de 2022.