Want to make creations as awesome as this one?

Primeira edição.

More creations to inspire you

Transcript

realidade imediata. Mas não parecia certo; afinal, estávamos ainda no ritmo de aulas e trabalhos, ainda que sem a parte boa da escola: nossos amigos e professores. O EAD, a figura central da aprendizagem do ano de 2020, nos trouxe uma série de mudanças e adaptações, as quais nos permitiram alguns deslizes: não precisávamos acordar necessariamente para a primeira aula e conseguíamos até fazer maratona daquela série amada, no final da tarde, ao invés de esperar o fim de semana, já que não tínhamos mais atividades extracurriculares... Isso, porém, começou a pesar depois de um tempo: alguns conteúdos foram acumulando, provas online chegando, e o stress tomou conta. Estava tudo muito confuso, o universo da liberdade e das tarefas coexistindo...

férias

quaren-tena

ead

Ainda que com tantas diferenças, tanto nas férias comuns como nas em isolamento, os dias passam em um piscar de olhos e quando paramos para pensar, as aulas já estão prestes a começar de novo. A essa altura do campeonato, já bateu aquela saudade dos amigos e dos professores, porém, dessa vez, ainda os veremos através de uma tela e não teremos todas aquelas aventuras de férias para contar e os abraços de saudades para dar, porque continuamos todos dentro de casa. Assim, é possível dizer que as volta às aulas também se adaptou. Entretanto, a esperança para o verdadeiro retorno, o que estamos acostumados, o presencial, continua firme nesse semestre que se inicia.

Com muita determinação, perseverança e amor, tudo começou a fazer mais sentido. Mesmo com a sensação de que tudo estava fora de lugar, o tempo passou, e quando nos demos conta... já estávamos de férias, mas essas não seriam como quaisquer outras que já tivemos antes. Viagens, festas e saídas com os amigos foram canceladas, mas o tempo de lazer manteve-se. A sensação de que estávamos perdendo parte de nossas vidas misturava-se com um pouquinho de alívio, afinal, todo mundo merecia um descanso depois de tanta dedicação ao novo mundo. Uma percepção, no entanto, nos assombrou: será que a nossa cabeça não estava mais bem ocupada com o EAD do que com a oficina do diabo?

m março desse ano, a pandemia do Coronavírus nos atingiu e grande parte do que atribuíamos às férias virou

Co-autora: Clara Spechotto Guimarães, 3C

Arcadia Efimerída - Primeira edição

(ou talvez nem tão breaking assim)

prepare-se para as

Breaking News

Eu posso até pedir a leitura sobre esses temas, mas como é que vocês aprendem isso? Convivendo conosco. Essa é a maior perda que enfrentaremos esse ano.

Conteúdos cuja abordagem leva, normalmente, alguns meses serão dados em menos tempo. Atividades extracurriculares serão cortadas ou delegadas à não-obrigatoriedade, ou seja, tudo isso que é extra fica à mercê do trabalho do aluno em casa.

a educação no período de pandemia

quando você demite o técnico, o time continua. Ele é capaz de entrar em campo e jogar, independentemente da orientação. Quando se pensa no Ministro da Educação, ele é técnico desse time. Então, estamos sem um técnico, sim, mas somos um time, e por isso continuamos jogando, ainda que sem uma clara definição do que devemos melhorar, de qual será o novo projeto, se há. Basicamente, a interferência “interna” dessa ausência é quase “nula”: a Educação precisa de valores de reflexão e de revisão, cuja responsabilidade reside nas agências regionais - na Prefeitura, no Estado e na própria rede particular, a qual obedece aos documentos oficiais que vêm, obviamente, do Ministério da Educação, mas não especificamente do ministro. Na verdade, a principal consequência revela-se no contexto político. Entidades internacionais veem um cargo, de uma importância nuclear, vazio e entendem que estamos à deriva em termos de projetos educacionais.

Denise Aparecida Masson 52 anosTrabalhou no Sabin por cerca de 16 anos.

O ensino remoto prova-se viável para quem têm autonomia e disciplina, aspectos que se desenvolvem ao longo do amadurecimento de cada indivíduo. O ensino superior, então, certamente terá sua estrutura modificada, o que influenciará o processo de formação para o mundo profissional, mas eu não vejo grandes mudanças no âmbito da educação básica. Alunos menores precisam da convivência e da estrutura escolar clássica para que possam construir bases frutuosas para seu crescimento. Embora o sistema remoto tenha se provado de algum valor, ele está distante daquilo que a sociedade espera da educação básica. Na minha opinião, a insatisfação que antes campeava em relação a um ensino que parece não responder à atualidade foi silenciada pelo presente desejo do retorno à escola.

Uma terceira questão, também de extrema importância, mais macroeducacional do que do universo das escolas propriamente ditas, é a econômica. As universidades particulares têm plenas condições de executar seus exames vestibulares nas datas que forem mais convenientes, porque têm domínio de tecnologia, autonomia e verba para isso. O sistema público depende de grandes manobras de verba pública e, por isso, fica sempre subordinado às grandes questões burocráticas. Isso, obviamente, numa primeira e simples leitura, favorece as universidades particulares em detrimento das públicas, visto que não conseguem concorrer com esse nível de tecnologia. Em consequência, alunos com mais poder aquisitivo também são mais favorecidos. Socialmente, mantém-se o desequilíbrio.

O segundo é o dos calendários. Empurrar os vestibulares das universidades públicas para dois meses de 2021 compromete não só 2020, mas em cascata 2021 e 2022, talvez até 2023. Em 2021, teremos vestibular em janeiro e fevereiro e, se o coronavírus permitir, em novembro e dezembro. Estrangularemos, então, esse ano em dois momentos de vestibular com pouco tempo entre si. Para os alunos que estão na fase final, há a possibilidade de passar direto ano que vem ou a de prorrogar a sua entrada para 2022, com o tempo de cursinho reduzido. Em ambas as situações, a resolução para as universidades é certa. Os alunos de segundo e primeiro anos, no entanto, vão amargar por dois anos esse calendário desajustado. As datas alteradas dos exames têm como consequência a mudança de todos os planos de ensino.

O adiamento dos vestibulares, somado à condição que estamos vivendo, não só afetará os alunos individualmente, mas também o sistema todo. Eu vejo prejuízo em três grandes níveis. O primeiro é o nível da própria formação, daquilo que é precípuo à Educação. Sabemos, por definições e por natureza filosófica, que o processo educativo é fundamentalmente dialógico, ou seja, implica um ser humano mais experiente e outro menos experiente numa relação de complementaridade. Isso não estamos vivendo plenamente. Embora o convívio por intermédio das telas nos dê a sensação de que estamos educando, o que é verdadeiro, estamos limitados. Não se educa apenas através da exposição ao conteúdo obrigatório, mas também pelo modelo de comportamento, pela forma de convivência, pela definição de princípios e valores, pelo compromisso assumido presencialmente com as pessoas. Nesse sentido, estamos vivendo um ano em que este fator educativo vai deixar a desejar. Numa sociedade como a nossa, muito mais importante que o conteúdo programático, talvez, seja o educar para princípios e valores, o educar para direitos, para deveres. Isso não se faz exclusivamente via computador.

Nesse contexto de pandemia, a Educação é, possivelmente, a situação de maior preocupação, visto que temos um país que não está indo à escola. A demissão de Weintraub, no entanto, não tem de fato um impacto definitivo nesse momento, uma vez que todo o seu mandato refletiu uma falta de preocupação, histórica, com a Educação brasileira, a qual se intensificou com o fato de não termos, como país, nenhuma proposta nova para o sistema educacional. É importante ressaltar, também, o real papel do Ministro da Educação como líder. Apesar de ele, em conjunto com o Ministério de mesmo nome, formular as diretrizes que devemos seguir, os pilares da Educação, na verdade e na prática, são os agentes institucionais: as escolas, os professores, os coordenadores, os diretores, ou seja, são as pessoas que estão na linha de frente do processo educativo. Eu gosto de fazer uma analogia com time de futebol:

ted talk sabiniano

- Como recomendação escrita, há, no Instagram, o perfil de um ilustrador (@leandro_assis_ilustra) que está, por meio de quadrinhos, evidenciando o período de afastamento pelo qual estamos passando em um séria chamada “Confinada”. Vale a leitura, pois além de ser descontraída e rápida, traz umas reflexões importantes.

Além deles, a Liga de Esportes Escolares (LE²), a qual conta com a participação dos times do Colégio em suas diversas modalidades, criou uma maneira de nos manter conectados ao esporte. Através de sua conta no Instagram, @liga_le2, eles criaram o “Desafio dos Colégios”: votações que aconteciam nos stories por meio de enquetes em que uma escola “competia” contra a outra. Apesar de não ser a mesma situação que uma disputa dentro de quadra, foi uma ótima maneira de mostrar as torcidas. A nossa, inclusive, fez o colégio chegar na final de algumas das modalidades, como handebol e basquete. Os resultados estão no Instagram deles! Vale a pena conferir para matar pelo menos um pouquinho a saudade dos jogos.

No isolamento social decorrente da pandemia do Covid-19, enfrentamos a pausa de diversas atividades, tal como a prática de esportes. Por causa disso, buscamos uma alternativa para manter o corpo em movimento. Nossos professores de educação física nos ajudaram nesse quesito, através de vídeos publicados na plataforma Teams.

E o Oscar vai para...

(cultura & recomendações)

Nessa quarentena, sabemos o quanto a arte está sendo importante para nos manter ocupados. Em prol disso, recomendamos a seguir alguns meios dela.

- Produção brasileira da Netflix, “Coisa mais linda” ressalta a figura feminina em um Rio de Janeiro dos anos de 1950-60. Com duas temporadas a série traz personagens fortes que lutam pelos seus direitos em uma sociedade ainda muito machista. Além disso, a trama apresenta muito da música popular da época. Recomendadamos principalmente para aqueles que gostam de séries rápidas, mas com temáticas interessantes. (Recomendado para maiores de 16 anos)

esporte também é cultura!

"Em questão de ser afetada pela quarentena, a pior parte foi a financeira. Como não estou trabalhando, o orçamento ficou meio bagunçado. O meu horário de sono foi muito afetado também. Além disso, comecei a comer que nem uma doida e, claro, engordei. Fora que, sem a minha rotina, fiquei estressada e doidinha: comecei a reformar tudo, até o azulejo do chão (risos).

O cenário é bom para aproveitar o convívio familiar, visto que, normalmente, todos ficam distantes por conta do celular e das rotinas individuais. É um momento em que podemos cozinhar bastante, comer muita coisa gostosa, porque só assim para matar a ansiedade de não poder sair. E, obviamente, assistir série, filmes, novela, YouTube; mas também jogar videogame, ler livro, brincar com o doguinho... Por outro lado, não deixo de estudar, porque tenho muita lição da faculdade para fazer agora; além disso, faço atividade complementar, para poder pagar a faculdade. Assim, coloco a cabeça pra funcionar. Ah, e se vocês quiserem aprender a fazer pão vegano (para não matar os bichinhos) é só́ chamar a Tia Bê, que a gente faz uma live (risos)."

Com o início das férias, nos deparamos com uma infeliz situação: a pausa na Guerra dos Likes entre os professores Thiago e Marcelo no grupo de Química do terceiro ano. Será que nesse período de afastamento do nosso querido “Teams” eles esqueceram da gente e desses momentos tão especiais ou a volta às aulas permitirá que esse contato se intensifique? E no ano de vocês, quais são os professores biscoiteiros? Quais memórias vocês guardarão desse EAD? Além dos surtos (rs)

Quanto às minhas relações, não me preocupo em perder contato com as pessoas do trabalho. Acredito que é só́ por um tempo, logo tudo voltará. Já com os alunos, fico morrendo de saudades de todo mundo. Quando as coisas voltarem ao normal, vou abraçar e apertar todo mundo, ser a tia mais grudenta do Sabin. É muito difícil mudar a sua rotina: não sair de casa, não pegar o ônibus, não ir à escola, não brigar com os colegas... mesmo com essa rotina puxada e estressante, a quarentena me fez ver o quanto eu gosto do meu trabalho. Percebi também o quanto o Colégio é parceiro com seus funcionários, sem distinção; seja da portaria ou da limpeza, em momento nenhum eles nos deixaram desamparados.

Nesse período sabemos o quanto está difícil para nós, alunos, ficar dentro de casa, sem aulas presenciais e contato. Entretanto, como será que está sendo para os funcionários que trabalham na escola? Descubra com a “Tia Bê”...

Feito por Clara Lis Tucci Schiewaldt, 3D& Davi Oliveira Alves, 2D

Bethânia M. A. Novaes, 34 anos. Inspetora.Trabalha no Sabin há cerca de 4 anos e 6 meses.

CONHEÇAQUEM TE SUSTENTA

e vamos de

DESCONTRAÇÃO!